segunda-feira, março 31

Mudança climática eleva riscos de conflitos e fome, diz IPCC

O aumento das emissões de CO2 elevará durante este século os riscos de conflitos, fome, enchentes e migrações, informa o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), que será divulgado nesta segunda-feira.
"O aumento de temperaturas aumenta a probabilidade de impactos severos, generalizados e irreversíveis", em todo o mundo, alerta o quinto informe do IPCC.
Se não se conseguir estancar as emissões dos gases causadores do efeito estufa, o custo pode chegar a bilhões de dólares em danos a ecossistemas e a propriedades, além da necessidade de se criar sistemas de proteção dessas mudanças.
Os efeitos da mudança climática já começam a ser notados e vão piorar com cada grau centígrado de aumento da temperatura.
A Amazônia em perigo
A fome poderá ser especialmente severa nos países tropicais e subtropicais. A Amazônia é um dos ecossistemas que mais poderão ser prejudicados, juntos com os polos, os pequenos Estados insulares no Pacífico e os litorais marítimos de todos os continentes.
Bastante extenso, o informe detalha os efeitos por região. Nas Américas do Sul e Central, os desafios são a escassez de água em áreas semiáridas, as inundações em zonas urbanas superpovoadas, a queda da produção alimentar e de sua qualidade e a propagação de doenças transmitidas por mosquitos.
As cidades latino-americanas devem se preparar para modificar seus planos de urbanismo e de tratamento de água. A produção agrícola deverá se adaptar aos períodos de seca, ou de grandes chuvas, com grãos mais resistentes.
As zonas de mata virgem deverão manter afastada a pressão dos assentamentos humanos.
O documento é resultado de intensas deliberações entre centenas de cientistas desde que a comunidade internacional aprovou a criação do IPCC em 1988.

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