terça-feira, julho 12

Marcelo Odebrecht desiste de ter Dilma entre testemunhas de defesa

O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba, nesta terça-feira (01)
O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba, nesta terça-feira (01)(Vagner Rosário/VEJA.com)
O empreiteiro Marcelo Odebrecht informou nesta segunda-feira o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, de que desistiu de ter entre suas testemunhas de defesa a presidente afastada Dilma Rousseff. A petista testemunharia na ação penal em que Odebrecht é réu pela atuação de uma central de propina da Odebrecht, eufemisticamente nomeada pela companhia como Setor de Operações Estruturadas.
A petição assinada pelo criminalista Nabor Bulhões, responsável pela defesa do empreiteiro, ressalta que a iniciativa "se relaciona à desnecessidade desse depoimento, a esta altura, considerando o quanto já apurado na instrução processual consubstanciada na prova produzida pelo Ministério Público Federal".
No final de junho, após ser consultada por Moro, a presidente afastada encaminhou ao magistrado um documento em que informou que enviaria o depoimento por escrito. Já condenado a 19 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato, Marcelo Odebrecht havia arrolado como testemunhas, além de Dilma, os ex-ministros Guido Mantega, Antonio Palocci e Edinho Silva, e outras onze pessoas.
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"Operações estruturadas" - As investigações da 26ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Xepa, escancararam o sistema de pagamento de propina instalado na Odebrecht: a empreiteira contava com um departamento exclusivo para pagamentos ilícitos, o Setor de Operações Estruturadas. Em depoimento prestado em acordo de delação premiada, a secretária Maria Lúcia Tavares revelou que todos os pagamentos paralelos deviam constar no sistema MyWebDay, uma espécie de 'intranet da propina' da Odebrecht. O sistema era de tal maneira organizado que altos executivos da empresa eram os responsáveis por liberar os pagamentos ilícitos.
O departamento da propina era composto, além de Maria Lúcia, de Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, superior hierárquico da secretária, e também de Ângela Palmeira Ferreira, Alyne Nascimento Borazo e Audenira Jesus Bezerra. As duas últimas davam apoio a Fernando Migliaccio da Silva, Luiz Eduardo da Rocha Soares e Hilberto Silva. Outros executivos de alto escalão também integravam o sistema - incluindo o herdeiro Marcelo Odebrecht.

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