A ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreu nesta sexta-feira, aos 66 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internada desde o último dia 24, em decorrência das complicações provocadas por um acidente vascular cerebral (AVC).
Marisa foi internada após se sentir mal em seu apartamento, em São Bernardo do Campo (SP), devido a um pico de pressão. Socorrida, desmaiou no elevador antes de ser levada ao Hospital Assunção, na mesma cidade, onde foi detectada a gravidade da situação. Um aneurisma (má-formação de um vaso sanguíneo) no cérebro, que fora diagnosticado mais de dez anos atrás, se rompeu em decorrência do quadro hipertensivo, provocando um AVC hemorrágico.
De ambulância, ela foi transferida para o Sírio-Libanês, onde passou por cirurgia de emergência para estancar o sangramento. Desde então, estava na UTI, sob supervisão da equipe liderada pelo diretor da divisão de cardiologia, Roberto Kalil Filho. No dia seguinte, foi submetida a avaliação tomográfica de crânio para controle de sangramento cerebral e recebeu um cateter ventricular para monitoração da pressão intracraniana. Ficou sempre sedada, em coma induzido, com monitoramento neurológico intensivo.
Na última terça-feira, Marisa teve a sedação suspensa. A expectativa era que ela acordasse em dois dias, quando os médicos saberiam o seu estado de saúde real. Na quarta-feira, no entanto, o quadro piorou — a pressão intracraniana aumentou, assim como a inflamação decorrente da hemorragia. Ela teve vasoespasmos (contração de vasos sanguíneos) e anisocoria (dilatação das pupilas) num sinal de que a circulação sanguínea no cérebro era mínima. Na quinta-feira, o hospital informou que Marisa não tinha mais fluxo cerebral e a família autorizou o transplante de órgãos.
Os médicos, então, realizaram os procedimentos previstos no conselho de medicina para comprovar a ocorrência de morte cerebral, que foi confirmada às 18h57 desta sexta-feira.
A piora no quadro de Marisa levou uma multidão de aliados e rivais políticos de Lula para o Hospital-Sírio Libanês. Na quinta-feira, uma comitiva formada pelo presidente Michel Temer, pelo ex-presidente José Sarney (PMDB), pelo chanceler José Serra (PSDB), pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), entre outros políticos, voou direto de Brasília para prestar solidariedade ao petista – foi o primeiro encontro de Temer com o petista desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT). O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também apareceu para visitar Lula, na primeira vez que eles se encontraram desde dezembro de 2013, quando foram juntos ao funeral do líder sul-africano Nelson Mandela. Nesta sexta-feira, a ex-presidente Dilma também foi ao hospital (Veja)
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