O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou na manhã deste sábado que os mais de 3.000 homens das Forças Armadas vão patrulhar as ruas de Vitória, capital do Espírito Santo, “pelo tempo necessário” e que o governo federal dará “apoio inflexível” às decisões do Executivo estadual contra a paralisação da Polícia Militar.
O pronunciamento foi feito ao lado do governador em exercício, César Colnago, minutos antes de uma reunião de crise no Espírito Santo, que terá a presença de autoridades capixabas, generais e dos ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e José Levy do Amaral (Justiça). Segundo Jungmann, medidas contra a greve dos PMs serão anunciadas até o final do dia.
“Não se pode aceitar reivindicações que coloquem em risco a sociedade”, disse o ministro, que ainda fez um apelo para que os policiais “honrem a farda”.
Sem policiais nas ruas, a capital capixaba vive uma onda de violência, com saques, assaltos e mais de 120 homicídios contabilizados desde o último sábado. O comércio não abriu as portas durante a semana, as empresas de ônibus fecharam as garagens e a volta às aulas foi adiada.
Hoje, Jungmann fez questão de dizer que, aos poucos, a cidade está retomando a normalidade com a presença do Exército nas ruas – foram destacados 3.130 homens, um efetivo maior do que o da PM local, segundo ele, além de sete blindados e três helicópteros.
Crise
Na noite desta sexta-feira, o governo capixaba chegou a firmar um acordo com associações da Polícia Militar, mas o estado amanheceu sem policiamento neste sábado. Grupos de mulheres dos policiais continuam acampadas em frente ao Quartel Central da corporação, em Vitória, impedindo, assim, a saída dos militares.
O acordo previa que os PMs estariam de volta às ruas às 7 horas da manhã deste sábado. Uma fila de carros chegou a se formar na saída do batalhão e alguns policiais fardados tentaram negociar com os familiares. Diante da negativa de liberar o portão, carros e soldados voltaram para dentro do quartel.
Presidentes de três associações ligadas à polícia militar e aos bombeiros assinaram, na noite de sexta, documento que previa o fim da greve, que já dura mais de uma semana. A negociação terminou sem reajuste salarial para a categoria, que pedia aumento de 47%, mas o governo havia prometido desistir de ações judiciais contra as associações, caso o acordo fosse cumprido. Agora, diante da continuidade do motim, os policiais estão sujeitos ao indiciamento pelo crime militar de revolta, que leva à expulsão e tem pena prevista de oito a 20 anos de prisão.
As mulheres dos PMs dizem que as associações que firmaram o acordo não as representa, reclamam de não terem sido convidadas para a reunião e reforçam que esse é um movimento dos familiares, não de instituições. (Veja)
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