O Palácio do Planalto recebeu com “preocupação” e sem “ingenuidade” o conteúdo da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, de acordo com interlocutores do presidente Michel Temer. A ordem do peemedebista, segundo eles, é evitar muitos comentários, reforçar que as colaborações precisam ser comprovadas e que o governo tem de “continuar trabalhando” pelo País.
Esses interlocutores, porém, afirmaram que “os efeitos disso (delações) precisam ser observados” e que a Lava Jato continua sendo um fato “imponderável”. Para eles, o que foi tornado público até agora são informações que já tinham sido vazadas e que é preciso aguardar se há coerência em todos os depoimentos que ainda estão por vir, já que 77 executivos e ex-executivos da empreiteira firmaram acordo de delação premiada.
Temer não pode ser alvo de investigação penal até o fim do seu mandato, a não ser que cometa crime no exercício das funções. Por uma interpretação de um dispositivo da Constituição, o presidente da República não pode ser investigado por atos estranhos ao exercício da função durante a vigência do mandato. Ou seja, enquanto estiver no Planalto, o peemedebista só pode ser investigado se houver suspeita de crime em atividade relacionada às suas funções como presidente. Infosaj
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