A delação do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, deve trazer resistências à aprovação da PEC da reforma da Previdência na Câmara, por atingir o governo Temer. A PEC será lida na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta segunda-feira, e deputados governistas devem pedir vista (um tempo para análise) para, após duas sessões do plenário, haver a votação na quarta-feira. No entanto, a oposição e o PSB, da base do governo Temer, falam em obstruí-la.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos quatro integrantes do partido na CCJ, justifica que a delação agrava a crise política. “Temos clima para votar uma reforma que mexe tanto com as pessoas?”, questiona. “Não adianta correr igual coelho, para depois a aposentadoria do cidadão ser a passo de tartaruga”.“Se, para debater, for preciso obstruir, nós vamos”, reforça Tadeu Alencar (PSB-PE), líder do partido na Câmara. O PR, partido do ‘Centrão’ e alinhado à base do governo, não está fechado quanto ao tema, mas o deputado Delegado Waldir (PR-GO) vê motivos para a CCJ não aprovar a matéria ainda nesta semana. “Eu penso que governo está abalado, treme com as delações trazidas pela Odebrecht, eu acho que deveríamos adiar esta discussão para o próximo ano, até que nós tenhamos mais estabilidade no governo”, disse Waldir, um dos seis integrantes do PR na CCJ.
Com sete integrantes na CCJ, o PT vai entrar com um “kit obstrução”, de acordo com o líder do partido, Afonso Florence (PT-BA). “Claro que o governo tem uma maioria muito expressiva, mas vamos buscar dificultar, porque a PEC retira muitos direitos. Há, entre nós, os que defendem que não devemos ficar no plenário se eles forem votar”, disse. Veja
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