terça-feira, janeiro 26

Gilberto Carvalho diz que acusação de venda de MPs é ‘absurda’

O ex-ministro Gilberto Carvalho chega ao prédio da Justiça Federal para prestar depoimentos como testemunha na Operações Zelotes
O ex-ministro Gilberto Carvalho chega ao prédio da Justiça Federal para prestar depoimentos como testemunha na Operações Zelotes(Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
O ex-ministro Gilberto Carvalho (PT), investigado na Operação Zelotes, disse nesta segunda-feira em depoimento na 10ª Vara Federal do Distrito Federal que é "absurda" a acusação do Ministério Público Federal, que investiga favorecimento de montadoras de automóveis na elaboração e aprovação de medidas provisórias (MPs) por meio do pagamento de propina a lobistas e agentes públicos. Carvalho foi chefe de gabinete do ex-presidente Lula e secretário-geral no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.
Segundo investigadores, Gilberto Carvalho foi citado por vários personagens envolvidos no esquema. O nome do ex-ministro aparece em uma agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS. "As empresas se beneficiaram, mas quem se beneficiou muito mais foi o país. Por isso reputo como absurda essa acusação de que nós trabalhamos vendendo MPs. Tratava-se de uma questão de atender aos interesses do povo e do país, vide as taxas de crescimento que mantivemos nessas regiões até recentemente", disse ao depor como testemunha de defesa do lobista Alexandre Paes dos Santos, um dos réus presos.
Gilberto Carvalho confirmou que o lobista Mauro Marcondes, também preso pela Polícia Federal, frequentou reuniões no Palácio do Planalto, uma delas com o ex-presidente Lula. O ex-ministro afirmou que se lembra de pelo menos três reuniões com Marcondes enquanto esteve no primeiro escalão do governo petista e que faz parte de uma democracia o governo receber demandas da indústria. "O senhor Mauro participou de uma reunião no gabinete com representantes de várias montadoras. Os contatos que eu tive com ele no gabinete eram mais relativos a pessoas, chefes de multinacionais, que ele trazia para falar com o presidente Lula.", declarou. "É comum numa sociedade democrática a presidência se relacionar com representantes de empresas e políticos."
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Segundo Carvalho, as MPs faziam parte da política de estímulo à indústria automobilística do ex-presidente Lula e tinham objetivo de descentralizar o desenvolvimento econômico do país e gerar empregos em regiões afetadas pela crise

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