Em delação premiada, o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, afirma, pela primeira vez, que o ex-presidente Lula lhe deu um cargo público em 2008 de presente pela sua ajuda em uma quitação de um empréstimo no valor de R$ 12 milhões. De acordo com a Folha, este empréstimo foi considerado fraudulento pela Operação Lava Jato.
Segundo mostram os documentos, o pecuarista José Carlos Bumlai obteve o empréstimo do Banco Schahin e afirmou ter repassado R$ 6 milhões para o empresário de Santo André Ronan Maria Pinto. Ronan, de acordo com a Lava Jato, tinha informações "comprometedoras" sobre o PT na cidade.
Anos após o fato, a diretoria Internacional da Petrobras, já sob o comando de Cerveró, aceitou contratar a Schahin Engenharia por US$ 1,6 bilhão para a operação de um navio-sonda. Esta contratação, segundo a investigação, foi uma forma do PT "retribuir" o grupo Schahin pelo empréstimo. Além disso, Cerveró afirmou também que o ex-presidente Lula deu uma "missão de participar do 'esvaziamento' da CPI da Petrobras" ao então senador José Eduardo Dutra (PT-SE).
Cerveró apontou ainda que Lula foi foi o responsável por ter "concedido influência sobre a BR Distribuidora" ao senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL). Além de Lula, a presidente Dilma Rousseff teria delatado que "estavam à disposição de Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora". Lula e Dilma não quiserem responder os questionamentos da reportagem.
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