O delator da Lava Jato Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, afirmou em depoimento que o ex-deputado Mario Negromonte (PP) perdeu o cargo de ministro das Cidades no primeiro governo da presidente Dilma Rousseff porque estaria "roubando apenas para ele próprio". Ceará foi descrito pela força-tarefa do petrolão como um dos responsáveis por distribuir propina a políticos a mando do doleiro Alberto Youssef. Ele afirmou à força-tarefa da Lava Jato que Youssef classificava Negromonte como o "mais achacador" dos políticos envolvidos no esquema. Ainda segundo ele, o ex-ministro cobrava propina insistentemente e teria perdido o cargo no primeiro escalão no governo petista porque não repassava a propina que, no esquema criminoso, deveria ser enviada a políticos do Partido Progressista.
Segundo relato do delator, Negromonte teria recebido 5 milhões de reais em propina durante a campanha eleitoral de 2010. Repasses de dinheiro, conforme Ceará relatou ter ouvido de Youssef, eram feitos pelo próprio irmão do ex-ministro, Adarico Negromonte, inocentado pelo juiz Sergio Moro na Lava Jato, e por Rafael Ângulo Lopes, delator e carregador de propina do doleiro. Entre os destinatários que receberam propina das mãos de Ceará estão os ex-deputados federais João Pizzolatti (PP-SC), Pedro Correa (ex-PP-PE) e Luiz Argôlo (ex-PP-BA), todos investigados ou já condenados no escândalo do petrolão. Também recebeu propina, conforme Ceará, o filho do deputado federal Nelson Meurer (PP-PR).
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