Com meses de atraso e sob pressão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) soou o alerta sobre o zika vírus, apontou para uma proliferação "explosiva" e pode declarar emergência internacional no início da semana que vem. No total, 4 milhões de pessoas podem ser contaminadas nas Américas ainda neste ano, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
O cálculo tem como base a previsão de que o Brasil chegue a 1,5 milhão de infectados até dezembro. A diretora da entidade, Margaret Chan, anunciou a convocação de uma reunião de especialistas para segunda-feira com a meta de definir uma estratégia e sinalização de mudança de posição de sua entidade.
Caso seja declarado como emergência, o surto seria o quarto na história a ganhar tal status - após H1N1, pólio e Ebola. A reportagem apurou, em Brasília, que a situação preocupa o Itamaraty e já estaria havendo uma pressão do governo brasileiro para que, em caso de emissão de um alerta mundial, não seja incluída a recomendação para que as pessoas não visitem o Brasil durante os próximos meses (com carnaval e Olimpíada no Rio).
Depois de optar pelo silêncio em depoimentos anteriores, o ex-ministro José Dirceu respondeu a todas as perguntas na audiência desta sexta-feira com o juiz Sergio Moro. Réu em ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Lava Jato, Dirceu está preso desde 3 de agosto. Segundo o seu advogado, Roberto Podval, o ex-ministro "admitiu seus pecados" no depoimento e "esclareceu tudo, disse que é verdade que o Milton Pascowitch pagou a reforma do seu apartamento e da sua casa", além de ter negado ser o autor da indicação de Renato Duque à diretoria de Serviços da Petrobras.
Ainda sobre a relação de seu cliente com o lobista e delator Pascowitch, o advogado contou que Dirceu admitiu a Moro ter permitido que o lobista pagasse as reformas, justificando que se tratava de "uma coisa minha com Milton, eu iria pagar o Milton". Para Podval, Pascowitch "se aproveitou da situação e 'vendeu' o Zé".
José Dirceu negou ter indicado Renato Duque para a Diretoria de Serviços da Petrobras. Apontado como cota do PT na estatal, Duque também é réu da Lava Jato, acusado de controlar um dos principais focos de corrupção na estatal.
Diante do avanço das investigações da Operação Lava Jato sobre a reforma no sítio usado pelo ex-presidente Lula em Atibaia, no interior paulista, o petista decidiu nesta sexta-feira admitir que frequenta o local, cuja existência foi revelada por VEJA em abril do ano passado. Foi a pedido do próprio Lula que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro fez uma ampla reforma no local. A empreiteira é acusada pela Operação Lava Jato de ter desviado 6 bilhões de reais dos cofres da Petrobras.
Em fase de negociação com a Procuradoria Geral da República, o acordo de delação premiada de Otávio Azevedo, ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, tem tudo para criar novos embaraços para o Palácio do Planalto e para a presidente Dilma Rousseff. A proposta de acordo, em que Azevedo detalha aquilo que tem para contar às autoridades, envolve dois dos auxiliares mais próximos da presidente da República em uma ofensiva para fazer com que a empreiteira despejasse mais dinheiro na campanha da então candidata petista à reeleição
Há duas ocorrências envolvendo delações premiadas que, obviamente, impõem que se repensem procedimentos. Vamos ver. Fernando Moura, que já havia incriminado José Dirceu, mudou a versão na semana passada em depoimento ao juiz Sérgio Moro. Minimizou a atuação do ex-ministro no petrolão.
Os procuradores ameaçaram, então, cancelar os benefícios de sua delação. Ele não teve dúvida e mudou a história uma segunda vez, voltando a incriminar Dirceu. Disse nesta quinta, referindo-se ao pagamento de propina: “Eu tenho certeza de que ele tinha [conhecimento]”.
Moura era amigo do petista havia 30 anos. Ao falar ao juiz, chegou a sugerir que seus depoimentos tivessem sido deturpados pelos procuradores. Nesta quinta, admitiu ter mentido. E foi além. Afirmou ter sentido que sua família estava sendo ameaçada, o que teria motivado a mentira. Um homem lhe teria indagado na rua sobre seus dois netos, que moram no Rio Grande do Sul.
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Moura disse que, em 2005, a conselho de Dirceu, passou quatro meses do exterior. O esquema criminoso lhe teria repassado dinheiro a pedido do petista Renato Duque, que era diretor de Serviços da Petrobras.
Bem, parece evidente que as coisas não podem ser feitas desse modo. Não havendo a prova material, documental — e não há, porque a natureza da apuração lida com provas circunstanciais — de que uma versão ou outra é a verdadeira, em qual acreditar?
Sim, sabemos do esquema criminoso que foi montado e tendemos a apostar que fale a verdade agora. Que seja. Mas uma coisa me parece certa: alguém com esse comportamento não pode ter o benefício da delação premiada. Não fosse a ameaça feita pelos procuradores, ele teria voltado atrás da mentira contada em juízo?
Vamos à segunda ocorrência, na qual Moura também está envolvido. Seu primeiro depoimento com acusações contra Dirceu não tinha sido gravado nem em áudio nem em vídeo. Reportagem da Folha informa que há outros casos.
Há declarações sem registros audiovisuais de Alberto Youssef e seus principais auxiliares — Rafael Angulo Lopez e Carlos Alexandre de Souza Rocha — sobre a entrega de dinheiro em espécie para vários políticos. Os três teriam incriminado, por exemplo, o deputado Nelson Meurer (PP-PR), denunciado por Rodrigo Janot ao STF. Teori Zavascki ainda não se pronunciou a respeito.
De fato, a lei não impõe, apenas sugere, esse tipo de registro. Parece, quando menos, uma medida prudencial, não é mesmo? Vejam lá o caso do delator que mudou de ideia duas vezes: quando prestou depoimento ao juiz Sergio Moro, sugeriu que os procuradores haviam deturpado a sua fala.
A Procuradoria-Geral da República se limitou a lembrar a não obrigatoriedade, não explicando as razões para ter dispensado o registro audiovisual.
Não há uma só explicação boa. Se a lei não o obriga, que o bom senso o faça. Quanto ao delator que já contou uma história, desmentiu e voltou à versão original, bem, a mim parece evidente que não deve mais contar com o benefício da delação.
O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta quinta-feira que o PMDB "quer comandar o país a partir de 2018", conforme informou o jornal Estado de S. Paulo nesta sexta-feira. O peemedebista esteve em Curitiba e deu início a um giro por várias capitais, para lançar sua campanha de recondução ao comando da sigla.
"Nós não podemos ser apenas um partido que acusa ou vai em busca de cargos. Nós queremos comandar o país a partir de 2018 para implantarmos um programa", afirmou Temer. O vice também disse que a intenção do PMDB é lançar o máximo de candidatos próprios nas eleições municipais deste ano, para construir uma candidatura à Presidência em 2018. Segundo ele, "as eleições de 2018 passam pela disputa de 2016".
O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, rejeitou nesta quinta-feira pedido da defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu para ser informado se o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque está negociando um acordo de delação premiada. O criminalista Roberto Podval, responsável pela defesa de Dirceu, alegava que, se o Ministério Público confirmasse as tratativas para a colaboração do ex-dirigente, o depoimento do petista, agendado para esta sexta-feira, deveria ser adiado até que todas as eventuais revelações de Duque pudessem ser conhecidas.
Moro, porém, rejeitou o pedido por considerar que "não há previsão legal para suspensão da ação penal porque um dos coacusados pode estar interessado ou negociando alguma espécie de acordo com a acusação". "O acordo de colaboração premiada e a negociação que a precede devem permanecer, pela lei, em sigilo, até pelo menos a sua homologação". Com isso, está mantido para esta sexta-feira a oitiva de Dirceu.
Documento assinado pela delegada da Polícia Federal Erika Marena elenca o tríplex do ex-presidente Lula no condomínio Solaris, no Guarujá (SP), como um dos imóveis que indicam "alto grau de suspeita" quanto à real titularidade. No organograma dos policiais, a unidade residencial é registrada como de propriedade da OAS, investigada por integrar o clube do bilhão de empreiteiras e que já teve seus executivos, incluindo o ex-presidente Leo Pinheiro, condenados na Lava Jato pelo juiz Sergio Moro.
Nesta quarta-feira a PF deflagrou a 22ª fase da Lava Jato, batizada de Triplo X, que investiga a atuação casada entre a offshore Murray, criada pela empresa Mossack Fonseca no Panamá, e a empreiteira OAS. As suspeitas são de que imóveis no condomínio Solaris, construídos pela OAS, possam estar sendo utilizados para camuflar o pagamento de propina do escândalo do petrolão. Segundo o delegado Igor Romário de Paula e o procurador Carlos Fernando Lima, o apartamento de luxo do ex-presidente petista é alvo de investigação
Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Léo Pinheiro, a empreiteira assumiu a construção de prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, enquanto outros cooperativados ainda aguardam - e brigam na justiça - para conseguir receber seus imóveis.
As atividades da OAS e o estreito relacionamento da empreiteira com próceres do PT, em especial o ex-presidente, estão há tempos na mira da Promotoria de Justiça de São Paulo. Conforme revelou VEJA, no processo que tramita em São Paulo e não tem relação direta com o escândalo de corrupção da Lava Jato, Lula será denunciado por ocultação de propriedade. A cooperativa habitacional de bancários deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop quebrou em 2006 e deixou quase 3 000 famílias sem seus imóveis, enquanto petistas graúdos, como Lula, receberam seus apartamentos.
Ao listar diversos apartamentos que seriam objeto de possíveis irregularidades, a PF destaca que "manobras financeiras e comerciais complexas envolvendo a empreiteira OAS, a cooperativa Bancoop e pessoas vinculadas a esta última e ao Partido dos Trabalhadores apontam que unidades do condomínio Solaris, localizado na Av. Gal. Monteiro de Barros, 638, em Guarujá-SP, podem ter sido repassadas a título de propina pela OAS em troca de benesses junto aos contratos da Petrobras". Depois da observação da delegada Erika Marena, a PF lista o tríplex de Lula, identificado como a unidade 164 da torre A do Solaris, como um dos alvos suspeitos.
"Além das inconsistências já detectadas quanto ao imóvel que pertencera a Marice Correa de Lima, igualmente chamaram a atenção outros imóveis do mesmo condomínio que indicaram alto grau de suspeita quanto à sua real titularidade", diz a polícia. O nome de Marice já havia aparecido em depoimentos do doleiro Alberto Youssef, que apontou o PT como beneficiário direto do dinheiro sujo do petrolão. Ele disse, por exemplo, que a sigla recebeu propina em uma obra da empresa Toshiba, a licitação da casa de força do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e, segundo seu depoimento, foram entregues 400.000 reais à cunhada do tesoureiro petista, Marice. As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público já haviam mostrado "inconsistências fiscais" nas declarações de Imposto de Renda de Marice e indicativos de que parte de seu patrimônio pode ter sido construído a partir do pagamento de propina envolvendo a construtora OAS.
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira a 22ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Triplo X. Serão cumpridos 23 mandados judiciais nos estados de São Paulo e Santa Catarina, sendo seis de prisão temporária, 15 mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.
Esta etapa investiga a estrutura criminosa que visa facilitar a abertura de contas no exterior e empresas offshore, criadas com o objetivo de ocultar recursos que tiveram origem em crimes de corrupção. A PF também apura se uma das empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato usou um empreendimento imobiliário para disfarçar o repasse de propina a agentes ligados à Petrobras.
Segundo a Folha de S. Paulo, o foco desta fase é a empresa offshore Murray, com sede no Panamá. Ela é proprietária de um triplex no mesmo condomínio onde a OAS reservou um triplex para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na cidade do Guarujá, em São Paulo.
O Carnaval de Salvador terá 390 câmeras de segurança espalhadas pelos circuitos e nos seus entornos este ano. Segundo o jornal Correio, os equipamentos serão disponibilizados pela empresa Axis Communications e controlados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). Haverá 162 câmeras nos corredores que dão acesso aos principais circuitos da festa e outras 40 no Pelourinho. Em cada um dos portais de acesso serão instaladas mais 20.
Além disso, as estações de metrô e de transbordo serão vigiadas. Em 2015, 340 câmeras foram usadas. Ainda de acordo com o Correio, esta será a primeira vez que o Carnaval na capital baiana terá pórticos de entrada controlada por equipes treinadas e detectores de metal. Ao todo, 15 portais de entrada serão instalados nos circuitos Barra-Ondina, Campo Grande e do Pelourinho. Na última terça-feira (25), o governador Rui Costa afirmou que 25 mil policiais vão trabalhar na segurança em todo o estado, com um investimento de R$ 42 milhões no setor
O governo brasileiro vai comprar e distribuir repelentes para cerca de 400 mil gestantes inscritas no programa Bolsa Família e fazer um dia nacional de mobilização, em 13 de fevereiro, com 220 mil homens das Forças Armadas, segundo informou nesta segunda-feira o ministro da Saúde, Marcelo Castro. As ações para tentar conter o avanço do vírus zika no Brasil e o crescimento dos casos de microcefalia foram anunciadas depois de uma reunião no Palácio do Planalto onde a presidente Dilma Rousseff mostrou irritação com as declarações do ministro, feitas na semana passada, de que o país estaria "perdendo a guerra para o Aedes aegypti", considerada alarmista pelo Planalto, segundo uma fonte palaciana. O ministro, no entanto, insistiu nesta segunda que o Brasil perde "feio" a guerra contra o mosquito. "Temos 30 anos de convivência com o mosquito. Não quero culpar ninguém, mas houve uma contemporização com o mosquito. Hoje a situação é completamente diferente. Além da dengue, o mosquito está transmitindo chikungunya e zika (causadora da microcefalia)", disse.
O ex-ministro Gilberto Carvalho (PT), investigado na Operação Zelotes, disse nesta segunda-feira em depoimento na 10ª Vara Federal do Distrito Federal que é "absurda" a acusação do Ministério Público Federal, que investiga favorecimento de montadoras de automóveis na elaboração e aprovação de medidas provisórias (MPs) por meio do pagamento de propina a lobistas e agentes públicos. Carvalho foi chefe de gabinete do ex-presidente Lula e secretário-geral no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.
Segundo investigadores, Gilberto Carvalho foi citado por vários personagens envolvidos no esquema. O nome do ex-ministro aparece em uma agenda do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS. "As empresas se beneficiaram, mas quem se beneficiou muito mais foi o país. Por isso reputo como absurda essa acusação de que nós trabalhamos vendendo MPs. Tratava-se de uma questão de atender aos interesses do povo e do país, vide as taxas de crescimento que mantivemos nessas regiões até recentemente", disse ao depor como testemunha de defesa do lobista Alexandre Paes dos Santos, um dos réus presos.
Gilberto Carvalho confirmou que o lobista Mauro Marcondes, também preso pela Polícia Federal, frequentou reuniões no Palácio do Planalto, uma delas com o ex-presidente Lula. O ex-ministro afirmou que se lembra de pelo menos três reuniões com Marcondes enquanto esteve no primeiro escalão do governo petista e que faz parte de uma democracia o governo receber demandas da indústria. "O senhor Mauro participou de uma reunião no gabinete com representantes de várias montadoras. Os contatos que eu tive com ele no gabinete eram mais relativos a pessoas, chefes de multinacionais, que ele trazia para falar com o presidente Lula.", declarou. "É comum numa sociedade democrática a presidência se relacionar com representantes de empresas e políticos."
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Segundo Carvalho, as MPs faziam parte da política de estímulo à indústria automobilística do ex-presidente Lula e tinham objetivo de descentralizar o desenvolvimento econômico do país e gerar empregos em regiões afetadas pela crise
O governador do Amazonas, José Melo (Pros), e o vice-governador do estado, Henrique Oliveira (SD), tiveram os mandatos cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) amazonense nesta segunda-feira por compra de votos na eleição de 2014. Apenas um dos seis juízes que formam o colegiado, Márcio Rys Meirelles, foi contra a cassação da chapa de Melo. Cabe recurso à decisão.
A ação que levou à cassação de Melo foi impetrada pela coligação Renovação e Experiência, cujo candidato ao governo foi o senador licenciado e atual ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM). Apesar da decisão do TRE-AM, José Melo e Henrique Oliveira continuam nos cargos até que se esgotem os recursos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Reeleito em 2014, José Melo teve seu nome ligado a um esquema de compra de votos em reportagem exibida em março de 2015 pelo Fantástico, da TV Globo. O esquema desviou dinheiro público para bancar favores como a confecção de óculos (730 reais), festa de formatura (5.300 reais) e até a reforma de um túmulo (450 reais), todos negócios que contam com recibo. Em troca dos favores, eleitores dariam seus votos para Melo. De acordo com a reportagem, as transações foram realizadas por intermédio do irmão de José Melo, Evandro, um dos responsáveis pelo projeto da Copa do Mundo em Manaus, e de Nair Blair, fundadora de duas associações sem fins lucrativos.
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Ainda em 2014, o site de VEJA revelou que o subsecretário de Justiça do Amazonas, major Carliomar Barros Brandão, foi à cadeia, se reuniu com bandidos e, em troca de regalias, recebeu do líder da facção criminosa Família do Norte, que domina o tráfico em território amazonense, a promessa de apoio à reeleição de José Melo no segundo turno. "A mensagem que ele mandou para vocês, agradeceu o apoio e que ninguém vai mexer com vocês, não", prometeu Brandão, que foi exonerado pelo governador um dia depois da revelação do caso.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso contrariou o próprio partido ao criticar o pedido de extinção do PT, protocolado pelo PSDB na Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE). "O PT representa parcelas da opinião brasileira e, como tal, melhor que continue ativo, que se livre das mazelas que o acometem e que o PSDB se prepare para vencer dele nas urnas", avaliou em entrevista à Folha de S. Paulo, neste domingo (24).
O ex-presidente disse que não faz mais parte da "hierarquia formal de mando do PSDB" para estar envolvido na decisão. Porém, diz que se fosse consultado "diria ser mais apropriado deixar que os procuradores cuidem desse tema".
"O PSDB já fez o que lhe cabe: uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral sobre o uso de recursos ilícitos na campanha de 2014. Da resposta afirmativa a essa investigação pode até mesmo caber nulidade de registro partidário. Se a lei assim dispuser, nada a fazer, senão cumpri-la”, ponderou. FHC criticou, ainda, o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
No pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal, o Flamengo conquistou o título da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2016. No Pacaembu, que era a casa do Corinthians até 2014, e no dia do aniversário de 462 anos da capital paulista, o "visitante indigesto" venceu por 4 a 3 nas cobranças.
Foi o terceiro triunfo do Fla na competição, atualmente sub-20 – já tinha ganho em 1990 e 2011. O Timão continua na liderança das conquistas da Copinha, nove vezes.
A dívida pública federal cresceu 24,8% em 2015, informou nesta segunda-feira o Tesouro Nacional. O endividamento do governo federal encerrou o ano passado em 2,79 trilhões de reais, maior volume da série histórica, iniciada em 2004. O acréscimo em relação a 2014, de 555,9 bilhões de reais, também é recorde.
O principal fator para a elevação da dívida foram as emissões maiores que os resgates. No ano passado, o Tesouro Nacional emitiu 856 bilhões de reais em títulos públicos e resgatou 704 bilhões de reais, o que resulta em uma diferença de 152 bilhões de reais. O restante da variação deve-se à apropriação de juros, que representa o reconhecimento dos juros devidos pelo governo aos investidores, que são incorporados gradualmente ao total do endividamento público.
A despeito da alta, a dívida pública federal ficou dentro do limite estabelecido pela equipe econômica para 2015, que era de 2,8 trilhões de reais. Segundo o Tesouro, o governo fez emissões superiores à necessidade de financiamento para enxugar o excesso de dinheiro em circulação na economia e ajudar no combate à inflação. O governo também ampliou o colchão da dívida para níveis próximos a seis meses do vencimento, contra quatro meses registrados até 2014.
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O colchão da dívida representa o estoque de títulos que o governo reserva para honrar o vencimento dos títulos em caso de turbulências no mercado. No ano passado, parte do colchão da dívida foi usada para quitar passivos do governo com bancos públicos e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e cumprir recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU).
O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, aumentou seu padrão de vida nos últimos anos, período em que ocupou o governo da Bahia. Wagner hoje é dono um apartamento no bairro mais luxuoso de Salvador. O prédio do petista conta até com teleférico e píer particular.
O imóvel fica no bairro Vitória, mais precisamente na região conhecida como Corredor da Vitória, um dos metros quadrados mais caros do país, comparado ao de áreas nobres da zona sul do Rio. No bairro, vive praticamente toda a elite política e empresarial da capital baiana, além de artistas famosos.
Segundo registro em cartório, o apartamento custou 1,45 milhão de reais. A compra foi efetivada em março de 2011, cinco meses após a reeleição de Wagner como governador. Até o fim de 2014, porém, ele continuou morando no Palácio de Ondina, residência oficial do governador. Mudou-se para o novo endereço no ano passado.
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Com a autorização de um morador, o jornal O Estado de S. Paulo conheceu as áreas comuns do condomínio. Além de píer e teleférico que dá acesso à praia, o prédio dispõe de academia, piscina, sala de cinema e quadra poliesportiva. O imóvel tem a melhor vista da cidade para a Baía de Todos os Santos.
Imóvel - Por meio dos dados registrados em cartório, a reportagem obteve detalhes sobre o apartamento de Wagner. O imóvel tem área privativa de 252,08 metros quadrados. Conta com sala de jantar, quatro quartos com suíte, lavabo, área de serviço de dois quartos de empregada.
Há cerca de seis meses, o corretor Raimundo Epifânio da Silva, especialista em imóveis no Corretor da Vitória, vendeu um apartamento igual ao de Wagner. Ele conta que o negócio foi fechado em 3,5 milhões de reais. "Depende do estado do apartamento. Se estiver arrumado, reformado, vale mais", disse Epifânio.
Antes de ser eleito pela primeira vez, Wagner morava no bairro Federação, num apartamento que ele declarou ter comprado por 150 mil reais, em 2001. O ministro vendeu o imóvel a Antonio Celso Pereira, que é ligado politicamente a Wagner. Ele foi superintendente no governo da Bahia e diretor na Companhia de Docas do Estado. Pereira pagou 900 mil reais pelo imóvel de Wagner.
Com formação de técnico de manutenção, Wagner atuou como dirigente sindical entre 1975 e 1990, quando se elegeu deputado federal. Por ter exercido dois mandatos, ele ganha uma aposentadoria de 10 mil reais. No fim de 2014, a Assembleia Legislativa da Bahia criou uma aposentadoria de 19 mil reais para ex-governadores, o que acabou beneficiando Wagner.
Por meio de sua assessoria, o ministro disse que a transação foi feita de acordo com valores de mercado e que o imóvel consta da declaração de imposto de renda dele.
Para tentar estimular a economia, em meio a uma profunda recessão, o governo prepara uma série de medidas para destravar investimentos, um plano tratado internamente como uma espécie de "novo PAC". Mas obras anunciadas ainda no primeiro PAC, em 2007, e que já deveriam ter sido entregues há anos, continuam inacabadas.
Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que, das 10 maiores obras anunciadas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento do Programa de Aceleração de Crescimento, há nove anos, apenas duas, na área de petróleo, foram totalmente concluídas. Outras três usinas de energia e uma refinaria até entraram em operação, mas de forma parcial - e ainda estão em obras.
A maior obra anunciada em 2007, a refinaria Premium 1, no Maranhão, com projeção de investimentos de R$ 41 bilhões, foi simplesmente abandonada, com prejuízo de R$ 2,1 bilhões para a Petrobras.
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O PAC foi lançado no governo Lula, em tempos de bonança econômica, com o objetivo declarado de "estimular o aumento do investimento privado e do investimento público, principalmente na área de infraestrutura" e "desobstruir os gargalos que impedem os investimentos", nas palavras do então ministro da Fazenda, Guido Mantega.
O programa previa um total de R$ 503,9 bilhões em investimentos em mais de mil projetos. Em 2010, as obras ainda em andamento foram reembaladas, juntadas a outras e o governo lançou o PAC 2, com projeção de investimentos de R$ 1 trilhão. No início do seu segundo mandato, no ano passado, a presidente Dilma Rousseff disse que lançaria a terceira fase do programa, que ainda não saiu do papel.
Apesar de ter sido criado para destravar a infraestrutura, dados compilados pela organização Contas Abertas mostram que, de 2007 a 2014, 34% de tudo que foi considerado investimento dentro do PAC se referiam a financiamentos habitacionais tomados pelos cidadãos em bancos públicos, a preços de mercado. Se incluídos os financiamentos subsidiados do programa Minha Casa Minha Vida, essa conta chega a 40%.
No complexo de favelas do Alemão, no Rio, onde Dilma foi batizada em 2008 por Lula de "mãe do PAC", só 53% das unidades habitacionais prometidas foram entregues. O teleférico é a obra na região que mais chama a atenção - apesar de ter sido fechado só no ano passado 11 vezes, em função de tiroteio
Um truque recorrente na carreira política do ex-presidente Lula é reescrever a história de modo a exaltar feitos pessoais e varrer pecados para debaixo do tapete. Mas os fatos são teimosos. Quando se pensa que estão enterrados para sempre, eles voltam a andar sobre a terra como zumbis de filmes de terror. O mensalão, no plano mestre de Lula, deixaria de existir se fosse negado três vezes todas as noites antes de o galo cantar. O petrolão, monumental esquema de roubalheira na Petrobras idealizado, organizado e consumado em seu governo - e, segundo testemunhas, com reuniões no próprio gabinete presidencial -, entraria para a história como mais um ardil dos setores conservadores da sociedade para impedir o avanço dos defensores dos pobres. Nem o mais cego dos militantes do PT ainda acredita nessas patacoadas que afrontam os fatos. Sim, os fatos, sempre eles. O tríplex de Lula no Guarujá é outro desses fatos que o ex-presidente esperava ver se dissipar no meio do redemoinho. Mas o tríplex está lá com seu elevador privativo e linda vista para o Atlântico, e vai continuar. De nada adiantou a pregação de Lula, na semana passada, para seu coro de blogueiros chapa-branca muito bem
remunerados com o dinheiro escasso e suado do pobre povo brasileiro: "Não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Pode ter igual, mas eu duvido". Pode até ser que a alma não veja o que o corpo faz e se entretenha no engano, mas a opinião pública há muito tempo não se ilude mais com essas mandingas autolaudatórias de Lula.
Pelo tríplex que queria manter clandestino, Lula será denunciado pelo Ministério Público por ocultação de propriedade, uma das modalidades clássicas do crime de lavagem de dinheiro. A denúncia contra o ex-presidente decorre da investigação de fraudes em negócios realizados pela Bancoop, cooperativa habitacional de bancários que deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop quebrou em 2006 e deixou quase 3 000 famílias sem seus imóveis, enquanto viam, inermes, petistas estrelados receber seus apartamentos. Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Léo Pinheiro, seu amigo do peito condenado a dezesseis anos de prisão no petrolão, a empreiteira assumiu a construção de vários prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto, aquele mesmo que, até ser preso pela Operação Lava-Jato, comandou a própria Bancoop e a tesouraria do PT. A OAS assumiu também a reforma do tríplex de 297 metros quadrados no Edifício Solaris, de frente para o mar do Guarujá, pertencente ao ex-presidente Lula e a sua esposa, Marisa Letícia.
A OAS desempenhou ainda o papel de "laranja" de Lula, passando-se por dona do tríplex. A manobra foi cuidadosamente apurada pelos promotores do Ministério Público de São Paulo, que trabalham a apenas quinze minutos de carro da sede do Instituto Lula. Durante seis meses, eles se dedicaram a esquadrinhar a relação entre a OAS e o patrimônio imobiliário dos chefes petistas. Concluíram que o tríplex no Guarujá é a evidência material mais visível da rentável parceria de Lula com os empresários corruptores que hoje respondem por seus crimes diante do juiz Sergio Moro, que preside a Operação Lava-Jato. Os promotores ouviram testemunhas e obtiveram recibos e contratos que colocam o ex-presidente na posição de ter de explicar na Justiça as razões pelas quais tentou de todas as maneiras negar ser o dono do tríplex. Para os promotores, as negaças de Lula configuram o crime de lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal suspeita que os pagamentos de 2,5 milhões de reais feitos a um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenham relação não só com a edição de medidas provisórias, mas também com a compra dos caças suecos Gripen, da Saab, pela Força Aérea Brasileira (FAB). Em depoimento prestado à PF e obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo, Lula disse que essas hipóteses são "um absurdo".
Perguntado se os repasses a Luís Cláudio Lula da Silva foram "alguma contraprestação por serviços prestados" pelo ex-presidente "à Saab para que essa viesse a vencer a concorrência para a compra dos caças", Lula disse, conforme registrado na transcrição do depoimento, que "nega veementemente e considera essa hipótese um absurdo, já que nunca teve atuação relacionada a esse assunto".
Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi criminalmente acusado por levar propinas ao partido. Foto: André Dusek/Estadão
As operações de arrecadação de propinas atribuídas pelo delator da Operação Lava Jato Milton Pascowitch ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto coincidem com a ascensão dele na estrutura do partido e reforçam as suspeitas de que o esquema de desvios e de corrupção na Petrobrás foi montado e sistematizado para atender também a interesses eleitorais e políticos.
Em interrogatório na Justiça Federal, o lobista Pascowitch afirmou anteontem, em Curitiba, que Vaccari assumiu o controle do pagamento de propinas ao PT dentro do esquema no mesmo ano em que foi escolhido para comandar as finanças da Executiva Nacional petista.
O dólar atingiu mais um recorde nesta quinta-feira: Com a alta de 1,47%, a moeda americana encerrou a sessão negociada por 4,16 reais, seu maior valor de fechamento desde a criação do real, em 1994. O recorde anterior havia sido atingido em 23 de setembro do ano passado, quando a divisa terminou o dia negociada por 4,14 reais.
A alta está diretamente ligada à surpreendente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 14,25%, anunciada na noite desta quarta-feira. Até o início da semana, a maior parte das previsões era de elevação da Selic em meio ponto porcentual.
O dólar permaneceu em alta desde a abertura. Na máxima do dia, atingida durante a manhã, a cotação foi a 4,17 reais, segundo maior nível registrado ao longo de uma sessão. O maior valor de pré-fechamento continua sendo o registrado em 24 de setembro, de 4,24 reais.
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As previsões dos analistas para a taxa Selic começaram a ficar mais turvas a partir de terça-feira, comdeclarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dadas após o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisar para baixo suas projeções para a economia brasileira. Em outubro, o Fundo previa retração de 1% para o produto interno bruto (PIB) brasileiro em 2016. Agora, a projeção é de encolhimento de 3,5%.
Lula, o homem mais honesto do mundo, segundo ele próprio, e Dilma, a governanta mais competente do mundo, segundo ela própria, não vão aparecer nos programas políticos do PT. É, crianças… Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas, como se diz lá em Dois Córregos, não é mesmo? Ou, se quiserem que eu escreva de outro modo, escrevo: quem tem Lula e Dilma tem medo!
Que coisa, né? Ainda me lembro de Gilberto Carvalho, com aquela modéstia aparente de coroinha de sacristia, a dizer que o PT era um partido privilegiado mesmo. Segundo ele, a legenda podia contar com um Pelé no banco — o Pelé, bem entendido, era Lula. Pois é… Bastaram cinco anos de governo Dilma para que o craque se revelasse um perna de pau.
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E aqui quero que fique clara uma coisa: a dupla Dilma-Mantega fez besteira aos montes. Ali, como é sabido, a arrogância tornava a incompetência ousada, e a incompetência tornava a arrogância satisfeita de si. E o país foi para o buraco. Mas não fizeram isso tudo sozinhos. Dilma levou ao paroxismo problemas que herdou do governo Lula. Quem passou à atual presidente o destrambelhamento fiscal, não se enganem, foi o modelo erigido pelo Apedeuta, que não sabe se vai se candidatar a papa ou a presidente do Ibis, o pior time do mundo.
As inserções do PT, cujo formato ainda não foi definido, segundo a Folha, vão ao ar nos dias 2, 4, 6, 9 e 11 de fevereiro. O programa de 10 minutos está Previsto para o dia 23. O conteúdo, consta, ainda vai depender dos humores do país.
E por que as duas maiores estrelas vão ficar fora da propaganda política? Bem, porque cadentes, não é? Eles caem, em vez de subir. O temor é que novos panelaços forneçam a liga necessária para esquentar o clima óbvio de descontentamento.
Não sei se perceberam: até agora, a economia do país só piora. E não há sinais no horizonte de que a coisa vá ser revertida tão logo. Economistas os mais respeitados começam a prever para este ano uma recessão ainda maior do que a do ano passado. Não se enganem: a aparente calmaria que está por aí, para quem já navegou um pouco neste mundão, é prenúncio de tempestade. Veja