Um dos principais partidos da base de sustentação do governo Michel Temer, o PSDB decidiu cancelar a reunião que havia programado para este domingo e na qual discutiria um possível desembarque da administração federal. A informação é do líder do partido no Senado, Paulo Bauer (SC), que estava embarcando para Brasília quando informou sobre o cancelamento do encontro. Um jantar com os líderes de partidos governistas no Congresso foi marcado, a pedido do presidente Temer, para a noite deste domingo no Palácio da Alvorada, em Brasília.
O adiamento da reunião que discutiria a saída da legenda do governo dá fôlego, ainda que temporário, ao presidente, que tenta conter a debandada dos aliados conquistados durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.
PSDB, DEM e PPS, cujo ministro, Roberto Freire, deixou a pasta da Cultura após a crise política deflagrada com a delação premiada do empresário Joesley Batista, dono da JBS, foram as principais agremiações que apoiaram a campanha do tucano Aécio Neves nas eleições de 2014. O próprio Aécio foi um dos principais alvos da Operação Patmos, levada às ruas após a delação de Joesley, e teve até um pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. O tucano foi afastado do mandato parlamentar por ordem do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) e viu a irmã e o primo serem presos na quinta-feira pela Polícia Federal.
Neste sábado, o presidente Michel Temer fez um novo pronunciamento – o segundo desde a eclosão da crise política – e questionou a legalidade da gravação feita pelo dono da JBS em que ele e o empresário comentam, entre outros temas, como comprar o silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), homem-bomba do PMDB e preso desde o ano passado por ordem do juiz Sergio Moro, em Curitiba.
No PSDB, a avaliação é a de que a nova manifestação de Temer não é capaz de conter a sangria provocada pelas revelações de Joesley. No Democratas, ainda não há qualquer convocação para que políticos filiados à legenda se reúnam neste domingo em Brasília. No PPS, o ministro da Defesa Raul Jungmann continua, por ora, no primeiro escalão do governo. Neste sábado, outro partido que tinha assento na Esplanada dos Ministérios, o PSB, decidiu que passa a ser oposição. No entanto, o ministro filiado ao partido, Fernando Coelho Filho, que ocupa a pasta de Minas e Energia, ainda vai se manifestar se permanece ou não alinhado ao Executivo. (Veja)
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