quinta-feira, maio 25

Após protestos, Câmara aprova MPs e simula clima de normalidade

Deputados se exaltam e discutem durante sessão na Câmara, em Brasília
A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira seis medidas provisórias, trabalhando em ritmo de normalidade mesmo após a manifestação contra o governo de Michel Temer degringolar em um ato de vandalismo e depredação pelas ruas de Brasília e agravar a crise política. Temer editou, às pressas, um decreto para conter o ato com o apoio do Exército, o que provocou reações acaloradas entre os parlamentares – incluindo brigas, xingamentos e empurra-empurra dentro do plenário.
Após o dia tumultuado, no entanto, os deputados conseguiram aprovar medidas provisórias que aguardavam votação. O resultado foi possível porque a oposição, que nesta tarde chegou a ocupar a tribuna da Câmara para impedir os trabalhos, abandonou o plenário em protesto à presença dos militares nas ruas da capital do país. Enquanto as matérias avançavam, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), chegou a brincar: “Desse jeito nós vamos até aprovar a Reforma da Previdência hoje”. Os deputados aprovaram as MPs 759, 760, 761, 762, 764 e 767.

Crise

O resultado do plenário, porém, em nada significa que a crise do governo Temer, acuado pelas acusações feitas por delatores do grupo JBS, está prestes a cessar. Deputados, internamente, avaliam que a cada dia a situação do peemedebista no comando do país está mais insustentável.
Nesta tarde, o novo presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), reuniu a bancada do partido na Câmara. Oficialmente, a legenda diz que não vai tomar nenhuma atitude que possa agravar a situação do país – ou, em outras palavras, que por ora não vai impor uma debandada geral e segue como a principal sustentação do governo.
Nos bastidores, porém, tucanos afirmam que a legenda apenas deu um fôlego ao peemedebista. Eles aguardam votação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no dia 6 de junho, que pode cassar a chapa que elegeu Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014. A partir daí, a depender do resultado, voltam a analisar a aliança. (Veja)

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