| Política
A prisão do líder do MTST, Guilherme Boulos, que passou dez horas detido nesta terça-feira, acusado de incitação à violência quando tentava mediar um conflito entre posseiros e policiais, foi uma inflexão na marcha autoritária em curso no país. A polícia que o prendeu é estadual mas o clima de estado policial é nacional e foi instaurado pelo golpe.
A partir da derrubada de uma presidente eleita, espalhou-se pelo corpo social a percepção de que as fronteiras da legalidade e das garantias constitucionais estão liberadas. Já o ex-ministro Geddel Vieira Lima, apesar de provas e evidências acumuladas de envolvimento em delitos, não foi preso, embora muitos outros, por muito menos, tenho sido levados para o xadrez de Curitiba.
Contra Boulos, a polícia do governador Geraldo Alckmin chegou a invocar canhestramente a aplicação da teoria do domínio do fato, a mesma que, com interpretação distorcida, conforme reclamou seu próprio autor, permitiu a condenação de José Dirceu pelo STF. A teoria, em sua original acepção, responsabiliza quem ocupa o topo de uma hierarquia, em determinadas condições, pelos feitos dos subordinados. Infosaj
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