quarta-feira, março 2

Andrade Gutierrez admite ter pago ilegalmente contas de campanha de Dilma

Presidente Dilma Rousseff, em Brasília - 25/02/2016
Presidente Dilma Rousseff, em Brasília - 25/02/2016(Evaristo Sa/AFP)
Em depoimento prestado depois de firmar acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, executivos da Andrade Gutierrez afirmaram que pagaram ilegalmente despesas de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, de acordo com reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo. A segunda maior empreiteira do país teria simulado contratos de 6 milhões de reais com a agência de comunicação Pepper para repassar verbas à campanha que elegeu Dilma. Até agora, onze executivos da empresa foram ouvidos. Ainda segundo os executivos, as dívidas de campanha foram quitadas a pedido do governador mineiro Fernando Pimentel (PT).
A Pepper Interativa é uma agência de comunicação que presta serviços ao PT. Em 2010, desempenhou papel decisivo na campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República, quando fez de tudo um pouco: da produção de conteúdo e organização da militância nas redes sociais ao pagamento, com dinheiro vivo, do aluguel do imóvel de luxo que servia de bunker para a coordenação petista. De coadjuvante, a Pepper passou a protagonista, tornando-se uma ferramenta imprescindível para a solução de vários problemas. Vitorioso na eleição, o PT retribuiu a ajuda recebida e garantiu à agência contratos milionários custeados com recursos públicos.
Conforme revelou VEJA, nos chamados "anexos" da delação premiada, que resumem os tópicos principais da colaboração, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, afirmou que a pressão por dinheiro, em pleno ano eleitoral de 2014, partiu do então tesoureiro da campanha petista, Edinho Silva, hoje ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, e de Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete e atual assessor especial de Dilma Rousseff. A mensagem, segundo o executivo, era clara: se a Andrade Gutierrez não se engajasse mais efetivamente na campanha petista, seus negócios com o governo federal e com as empresas estatais estariam em risco em caso de vitória de Dilma. Em outras palavras, o executivo, preso em junho do ano passado pela Operação Lava-Jato, relatou o que entendeu como um achaque.

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