Ministério Público, Polícia Federal e, depreende-se do despacho, juiz Sergio Moro afirmam que José Dirceu era um dos instituidores e chefes do petrolão. Ainda que isso requeira, na hora do julgamento, a apresentação de provas contundentes, levante a mão quem duvida. Há muitos anos, ele nasceu para liderar, não é mesmo? De certo modo, poder-se-ia escrever a versão de esquerda de um conto de Jean-Paul Sartre — leiam quando houver tempo — chamado “A Infância de um Chefe”, com a diferença de que o Zé nunca muda de lado. Assim, o Zé na chefia sempre pega bem. E todos vão aplaudir. Mas aí me ocorre uma coisa.
Como é que o Zé poderia ser o chefe do mensalão, do petrolão e de quantos aumentativos sejam usados para assaltar a República e o Estado de Direito se o Zé não era o chefão verdadeiro do PT? A menos que apareça de novo aquela notável personagem para se dizer “traída”, falta alguém — alguéns? — para lhe fazer companhia, não é mesmo?
Dizem as autoridades investigadoras e a que mandou prender que, mesmo na cadeia, o Zé continuava a receber vantagens oriundas do petrolão, que, então, funcionava como uma organização criminosa aboletada no estado brasileiro. Obviamente, não duvido disso. Ao contrário: tenho a certeza disso. Essa era a natureza do mensalão. Essa era a natureza do petrolão, com o Zé na chefia ou não.
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