quinta-feira, abril 9

Samuel Celestino: Dilma entrega os anéis

Informações: INFOSAJ


Dilma Rousseff a cada momento demonstra estar perdida no seu labirinto do Palácio do Planalto. Até Lula quando resolve ajudá-la, se é que se pode chamar de ajuda a sua sugestão – melhor, pitaco - errou feio. A presidente escorregou ao escolher, sem a ninguém consultar, o petista gaúcho Pepe Vargas para ser seu interlocutor político, oferecendo-lhe a Secretaria de Relações Institucionais. Vargas foi um fiasco. Ou é tímido ou a ele os caciques do Congresso não deram importância. Foi quando surgiu Lula no cenário e a aconselhou convidar o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que fizera a interlocução com o Senado e Câmara na gestão de FHC, para o cargo. Padilha disse-lhe um sonoro “não” informando-a que preferia ficar quietinho no seu ministério do nada.
   
Exatamente neste ponto que Dilma derrapou feio. Entregou o que ela sempre ambicionou e o que há de mais precioso no poder da República. Transferiu para o presidente (no momento de honra) do PMDB, seu vice Michel Temer, de bandeja o comando político da República. Agora será com Michel Temer, e não com ela, que se estabelecerá o diálogo entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. Note-se que o PMDB chegou ao topo da República, sem as mesuras que ficarão como legado de Dilma – é o que lhe resta – Já Temer com o poder inesperado passa a dever aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado (quem diria) Renan Calheiros, prazer de lhe ouvir. Como novo comandante-em-chefe em ação, ele ficará mais forte, mas o PMDB poderá cantar de galo e, afinal, dizer que “chegou lá”.
  
A verdade é que a presidente estava encurralada, experimentando derrotas sucessivas no Congresso, exatamente por falta de assessores competentes para estabelecer o diálogo entre os dois poderes. Quem primeiro tentou, mas desabou, foi o chefe da Casa Civil, Aloízio Mercadante, cuja antipatia percorre os corredores da Câmara e do Senado. Sentia-se, e provavelmente ainda se considera o príncipe do Palácio do Planalto. Dilma tanto pintou e bordou que agora lhe resta usar o baralho para jogar paciência, porque a sua prepotência e a sua arrogância foram para as quintas do diabo.

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