sexta-feira, novembro 14

Diretoria da Petrobras: pressão máxima


Ao longo da semana passada, a tensão na diretoria da Petrobras estava nas máximas.Graça Foster
Diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa era um dos que ameaçavam renunciar.
Dizia que fez uma carreira na estatal, que não participou de esquema nenhum, e que está velho demais para este tipo de emoções.
Assim como Barbassa, muitos diretores só não renunciaram até agora porque foram convencidos pela presidente da empresa, Maria das Graças Foster, que os exortou a “segurar as pontas” usando o argumento da responsabilidade da diretoria para com os acionistas e a oportunidade de se defenderem e mostrarem que não estavam envolvidos.
Não seria surpresa, no entanto, se a operação de hoje da Polícia Federal der o empurrão final para renúncias na diretoria da empresa, agravando ainda mais uma crise de proporções épicas: a empresa-orgulho do Brasil virou a empresa-vergonha do Brasil, sem balanço auditado, sem acesso ao mercado de dívida, com uma necessidade gigantesca de investir e um endividamento já preocupante.
Barbassa tem um mega pepino nas mãos: ele e o ex-presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, assinaram balanços atestando junto à SEC a veracidade das informações prestadas aos investidores. Para operações como oferta de ações e emissões de dívida, um diretor financeiro assina cartas para os auditores (“representation letters”) atestando que as informações da empresa são verdadeiras, “to the best of my knowledge” (ou seja, ele atesta a veracidade “baseado no que ele sabe”).
Se a Petrobras agora tiver que republicar balanços antigos — reconhecendo os roubos do petrolão — as chances de Barbassa e Gabrielli serem responsabilizados são grandes.
Revista Veja

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