sexta-feira, novembro 21

Lava Jato deve investigar subsidiária holandesa da Petrobras que é alvo de investigadores dos EUA


Edição do Alerta Total 
Por Jorge Serrão 



Investigações internacionais sobre o escândalo do Petrolão lançam luzes sobre a Petrobras Global Finance B. V. – uma caixa preta sediada em Rotterdam, na Holanda. A pouco conhecida subsidiária da Petrobras no exterior teria sido aparentemente criada para fazer o mesmo papel da PFICo (Petrobras International Finance) – da qual Assembleia Geral da Petrobras, em 16 de dezembro de 2013, aprovou uma estranha “cisão parcial”. Agentes do Departamento de Justiça dos EUA da Securities and Exchange Comission (a xerife do mercado de capitais nos States) estão de olho vivo neste negócio.
Não se sabe quem são os dirigentes da empresa que cuida das finanças da endividada Petrobras na Europa. Só se sabe que no mesmo endereço holandês, no segundo e terceiro andares da (Wenna 722, Weenapoint Tower A, 3014DA, em Rotterdam), funcionam a Petrobras Nederlands (PNBV), a Petrobras Global Trading (PGT) e a Petrobras International Braspetro BV (PIB). As subsidiárias holandesas, além de fechar contratos, captam recursos para a empresa em euro e dólar.

Especula-se que a Petrobras Global Finance B. V. pode ter o mesmo destino da PFICo. Investidores denunciam que PFICo foi incorporada à Petrobras para não ser investigada de forma independente.  O presidente desta subsidiária era Almir Guilmerme Barbassa, que também é o diretor financeiro da Petrobras desde a gestão de Gabrielli. Apadrinhado de Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é presidente do Conselho de Administração da Petrobrás – sucedendo a Dilma Rousseff -, Almir Barbassa é considerado mais poderoso até que a presidente da empresa.

Outra caixa preta que entra na mira dos investigadores internacionais e os nacionais da Lava Jato é a empresa Sete Brasil. Criada em 2011 para gerenciar contratos da Petrobras para a contratação de sondas marítimas, a Sete Brasil tem o BTG Pactual como maior acionista individual. Os três grandes fundos de pensão estatais (Previ, Petros e Funcef) têm somados 37,5%. Também tem participação nela o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) da Caixa Econômica Federal (CEF). Em cotas menores, também participam dela o Santander e o Bradesco, além do fundo de pensão dos empregados da Vale, o Valia. As empresas de investimento EIG Global Energy Partners, Lakeshore e Luce Venture Capital seriam outros cotistas.

A Sete Brasil virou alvo por causa de seu ex-diretor de operações, Pedro Barusco, que topou devolver quase 100 milhões de dólares após as revelações da Lava-Jato, em delação premiada conduzida por sua advogada Beatriz Catta Preta. Aposentado da Petrobras em 2010, Barusco foi indicado por Renato Duque (ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras) para trabalhar na Sete Brasil, onde atuou entre 2011 e 2013. O que qualquer idiota indaga é como um funcionário de terceiro escalão de uma estatal ou de uma empresa privada conseguiu juntar tanto dinheiro. Imagina quem estava acima dele no esquema...
O Petrolão é uma escrotidão! Pessoas físicas e jurídicas investigadas na Operação Lava-Jato fizeram movimentações consideradas atípicas de saques e depósitos no valor de R$ 23,7 bilhões entre 2011 e 2014. Só em espécie, o grupo de 4.322 pessoas e 4.298 empresas movimentou R$ 906,8 milhões. Eis a assustadora conclusão de 108 relatórios produzidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), quando alertou sobre possíveis irregularidades nas movimentações financeiras do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e das empreiteiras, entre outras pessoas e empresas acusadas de fraudes em contratos com a estatal.

Saber onde está tanto dinheiro e recuperar o que foi desviado será uma missão quase impossível. O Banco Central já bloqueou R$ 47,2 milhões nas contas de suspeitos na Lava Jato. Tal valor é uma merreca perto do que o esquema movimentou de verdade. Tem muita caixa preta ainda para ser aberta no Petrolão. Uma grande operação abafa já opera nos bastidores para mantê-las bem fechadinhas. Se o negócio abrir, será preciso fechar nossa República para balanço. No Brasil da corrupção sistêmica, falta coragem e civismo suficientes para tanto...
Segredo Público



O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, tem o dever legal de pedir que se investigue a atuação da atual Presidenta Dilma Rousseff como ex-presidente do conselho de administração da Petrobrás, com base na Lei 8.429 – que trata dos crimes de improbidade administrativa. O artigo 10º (com incisos I, II, III, IV e XII) poderia ser fatal aos conselheiros e diretores investigáveis da Petrobras. 
Como a Petrobras é controlada pela União (acionista majoritário), suas decisões estratégicas contam com o respaldo direto do Presidente da República (que no tempo de Passadena era Lula). Já Dilma, além de presidente do Conselhão da Petrobras, também era ministra das Minas e Energia e, depois, da Casa Civil, de onde saiu diretamente para reinar no Palácio do Planalto. Diluir a responsabilidade de Lula e dela é missão quase impossível. Mas o judiciário, aparelhado por interesses políticos, é capaz do impossível – como se viu, recentemente, no caso do Mensalão.

O procurador do Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, segue tal linha de raciocínio. Marsico já definiu de forma justa e perfeita a situação surreal que precisa ser investigada: “A Petrobras está afundando. Há uma mistura de má gestão com o fato de ter se tornado um braço político do governo. Se a empresa não fosse pública, já tinha quebrado”

O pavor real é que o Petrolão revele que parte do dinheiro desviado nos negócios na Petrobras e subsidiárias tenha servido para formar uma super-organização. O político que a comanda tem várias consultorias que gerenciam empreendimentos comerciais na África, hotéis em Cuba e na Venezuela, pelo menos três hotéis em Brasília, vários terrenos na capital federal e em São Paulo (registrados em nome de empresas no Panamá), além de fazendas produtoras de gado no Brasil, participações acionárias inferiores a 4% em várias empresas, e uma mini-frota de três jatinhos (em nome de laranjas, amigas empreiteiras).

Como o Alerta Total já havia antecipado na edição de 11 de novembro, investigadores do Departamento de Justiça dos EUA, a partir de informações obtidas nos processos da Operação lava Jato, já identificaram o centro bilionário de lavagem de dinheiro de corruptos políticos do Brasil. Incentivos fiscais do estado de Nevada foram usados por centenas de empresas abertas em nome de brasileiros para investir a grana obtida em negociatas com o setor público. A maior parte das operações do doleiro Alberto Youssef se direcionava para aquele estado norte-americano famoso pelos impostos baixíssimos.

Investigadores já descobriram que o principal sistema para lavagem de dinheiro era uma espécie de investimento em participações acionárias de hotéis. O esquema mafioso-contábil superfatura as tarifas, cobrando pelo teto de hospedagem, sem que tenha ocorrido ocupação de quartos. As notas fiscais são emitidas, recolhendo-se e os mínimos impostos cobrados em Nevada. Os resultados financeiros tornavam legalizado o dinheiro de brasileiros que doleiros "transportavam".

No submundo do Congresso Nacional, em Brasília, já se comentava ontem que os peritos norte-americanos já identificaram centenas de políticos com negócios apenas em Nevada. Eles foram descobertos pelo complicado cruzamento de dados de parentescos. A maioria das empresas é registrada em nome de laranjas. Os mais idiotas usaram parentes. Os mais espertos usaram "amigos" com maior dificuldade de rastreamento, mas que foram identificados por uma coincidência fatal. Todos usaram o doleiro Youssef como "Banco Central".

Vale repetir por 13 x 13 para dar sorte: Se tal investigação der em nada, o Brasil terá produzido a maior pizza do universo.




Nenhum comentário:

Postar um comentário