A primeira prova da Olimpíada do Rio de Janeiro acabou e o pódio encheu a pátria de orgulho. Deu tudo certo na cerimônia de abertura. Mais que certo: ficou par a par com as de Pequim e Londres, páreos duros que a festa brasileira encarou com galhardia. Do Maracanã saiu para o mundo um Brasil moderno, seguro das suas qualidades, colorido e bonito. Enfim, um país bacana.
A suavidade de Paulinho da Viola cantando o hino nacional deu o tom da celebração das coisas brasileiras, uma distância refrescante do ufanismo estridente de praxe. As marcas registradas estiveram lá, no cenário forrado de vídeos: samba, funk, favela, bola, Garota de Ipanema. Só que revestidas de uma atualidade muito bem vinda, sem exageros, na medida certa.
A obrigatória referência ecológica durou um pouco mais do que devia. O segmento dos refugiados desviou-se um pouco do tema. Ficou a impressão de que, mais do que fazer parte do esperto e criativo enredo montado pelos diretores Fernando Meireles, Daniela Thomas e Andrucha Waddington, estes dois momentos tiveram o objetivo de reforçar a atuação social que o Comitê Internacional quer pregar ao universo olímpico.
Na busca incessante da simplicidade refinada, alguns figurinos e cenários ficaram mesmo é sem graça, Faltou humor, que em Londres teve e agradou. Em compensação, se lá James Bond e a rainha desceram de paraquedas, aqui tivemos o simpático voo de Santos Dumont. No balanço final, fica a imagem de um país de respeito. Ouro para a festa.
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