Em seu primeiro pronunciamento depois da derrota na votação do impeachment na Câmara, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira que se sente injustiçada e voltou a negar que tenha cometido crime de responsabilidade. Eu me sinto injustiçada porque esse processo não tem base de sustentação", disse a presidente. "Me sinto indignada com a decisão que recepcionou a admissibilidade do impeachment." A presidente lembrou ainda o período em que esteve presa durante a ditadura militar. E afirmou: "Estou tendo meus sonhos e meu direito torturados. Agora, não vão matar em mim a esperança porque sei que a democracia é sempre o lado certo".
Dilma estava abatida, com olhos irritados e avermelhados. Chegou a embargar a voz algumas vezes durante o pronunciamento, mas se segurou para não chorar frente às câmeras. Ela também repetiu ao longo do pronunciamento a frase "saio desse processo". No entanto, indicou de novo que não renunciará ao cargo.
"Eu tenho ânimo, força e coragem suficientes para enfrentar essa injustiça, apesar de muita tristeza. Eu não vou me abater, não vou me deixar paralisar por isso", disse. "Podem ter certeza: eu continuarei lutando e vou enfrentar todo o processo. Vou participar e me defender no Senado e quero dizer aos senhores, ao contrário do que anunciaram, não começou o fim. É o início da luta, longa e demorada. Ela envolve o meu mandato, mas não é por mim, e sim pelos 54 milhões de votos que tive", prosseguiu.
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