quarta-feira, novembro 5

O BRASIL NO VERMELHO


Após as eleições, praticamente não houve um dia em que a sociedade deixou de receber uma má-notícia sobre as condições reais do Brasil. Tudo que o governo colocou debaixo do tapete no período eleitoral reapareceu agora para atemorizar a população.
Não são apenas números ruins. São riscos que não se viam a mais de década e ameaças sempre negadas pelo governo de plantão. Alguns casos:
A balança comercial brasileira teve em outubro o pior resultado para o mês desde 1998 – ou seja, em 16 anos. As importações superaram as exportações em US$ 1,17 bilhão no mês passado.
O emprego na indústria teve a sétima queda seguida de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A produção industrial caiu 0,2% em setembro, de acordo com o IBGE.
Estamos com a menor taxa de poupança do Plano Real. O índice que era de 3,6% do PIB em 2008 está agora em 0,5% negativos. O déficit deve ser de R$ 80 bilhões em 2008.
A renda per capita irá cair pela primeira vez desde 2009. O índice negativo em 2014 deverá ser de 0,6%.
Com a elevação dos juros para 11,25% continuamos com as maiores taxas do mundo. Enquanto isso estamos há cinco anos com a inflação acima da meta.
O rombo nas contas públicas em setembro chegou a inimagináveis R$ 25 bilhões. O déficit acumulado no ano é de R$ 15 bilhões.
No governo Dilma temos um dos piores índices de crescimento baixo da história da República. O pior desde o Plano Real. E para quem acredita na alegação oficial de que há uma crise externa que nos puxa para baixo, em 2014 cresceremos menos do que os países pobres, menos do que os países ricos, menos do que a América do Sul, menos do que a América Latina, menos do que a Europa.
Por causa das eleições, o governo escondeu os números das condições sociais dos brasileiros que seria divulgado pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea). Tudo indica que houve aumento da miséria nos últimos meses de governo Dilma.
Agora, ficamos sabemos que o risco de racionamento é real. Para evitar apagões, o Operador Nacional do Sistema (ONS) avisou a distribuidores e geradores que há risco de serem necessários cortes seletivos de energia para garantir o fornecimento durante os horários de pico, entre janeiro e fevereiro, quando há forte aumento no consumo de eletricidade.
Enquanto isso, a conta de energia para os consumidores já subiu 18%. Para o Rio de Janeiro, as tarifas serão reajustadas em torno de 20% esta semana.
Mesmo com boa-vontade, é difícil encontrar no atual governo Dilma, recém-reeleito, algum bom sinal.
Para que a tendência dos números ruins se inverta é necessário que a presidente Dilma mude radicalmente a maneira de administrar o País. No mínimo que jogue fora boa parte de suas ideologias e convicções. É ver para crer.

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