RIO DE JANEIRO, RJ - A Petrobras afirmou, em nota enviada à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), no início da noite desta sexta-feira (17), que criou comissões internas para verificar "indícios ou fatos contra a empresa". A estatal também informou estar estudando "medidas jurídicas adequadas para ressarcimento dos danos sofridos". A companhia informa que obteve da Justiça aval para ter acesso aos autos da investigação relacionada à Operação Lava Jato, "incluindo os autos de ação por lavagem de dinheiro". O acesso ao conteúdo da delação premiada do ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa, ainda não foi autorizado, reconheceu a empresa. A Petrobras disse estar de posse dos depoimentos de Costa à Justiça Federal no Paraná, tornados públicos na semana passada, um dia depois de prestados pelo delator ao juiz Sérgio Moro. Em seu depoimento, Costa disse ter participado de um esquema de desvio de recursos originado na empresa, por meio da cobrança de propina de 3% sobre contratos de obras e projetos, com a participação de empreiteiras. Segundo o ex-diretor, o esquema abastecia os partidos PP, PT e PMDB. Os partidos e as empreiteiras negam. A companhia aproveitou o comunicado para reafirmar que "está sendo oficialmente reconhecida pelas autoridades como vítima no processo de apuração". Costa foi diretor de abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2012, depois de ter feito carreira na empresa. Disse ter sido nomeado diretor por indicação do PP. Foi preso em março, no decorrer das apurações da Operação Lava Jato, que iniciou apurando esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ele decidiu fazer delação premiada para tentar obter redução de pena e agora aguarda julgamento em prisão domiciliar, no Rio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário