O setor Oeste, mais luxuoso do complexo, é um canteiro de obras.
Neste domingo, quando aconteceu o segundo teste oficial do Itaquerão (Corinthians 1 x 1 Botafogo, pelo Brasileirão), a maior parte dos camarotes estiveram fechados e o hall de entrada não foi aberto para o público porque operários ainda precisam concluir as obras. "É um estádio bonito, mas inacabado. Fica uma sensação generalizada de que ele não está pronto", disse o botafoguense Alexandre Lacerda.
Vale lembrar que o evento - primeiro e único sob tutela da Fifa - não foi uma simulação exata do que será a abertura da Copa, já que as arquibancadas provisórias do setor Norte foram vetadas pelos bombeiros por falta de laudos de segurança e parte do setor Sul conseguiu a liberação parcial pelo mesmo motivo. Assim, apenas 40 mil dos 68 mil lugares foram liberados - quase 38 mil pagantes acompanharam a partida. Dada a falta de testes e simulações, é impossível dizer que tudo transcorrerá da forma adequada no dia 12 de junho, quando alguns assentos receberão torcedores pela primeira vez.
Chegar ao estádio de carro é uma tarefa indigesta. Os bloqueios para criar o perímetro exigido pela Fifa trouxeram transtornos aos motoristas, que em muitos casos se viram obrigados a estacionar a mais de três quilômetros de distância pagando R$ 25 por uma vaga. As congestionadas vias de acesso ficaram piores por causa da falta de sinalização e das informações desencontradas dos agentes de trânsito.
O metrô e o Expresso Copa foram opções bem melhores e justamente por isso que tanto o governo estadual quanto municipal reforçaram durante toda a semana que o ideal era deixar o carro em casa. Vale lembrar que o evento-teste poderia ter sido no meio de semana, mas a próprias autoridades ficaram temerosas em relação ao trânsito
.OBRAS
Por todo canto que se olha, percebe-se que o estádio não está pronto. Há pedras, pedaços de pau, cavaletes espalhados em volta da arena. No elevador, por exemplo, os plásticos de proteção das paredes não foram tiradas. As lanchonetes também não funcionaram em sua capacidade total e a cobertura não existirá para o Mundial.
É verdade que alguns pontos melhoraram em relação ao primeiro teste, como a presença de mais voluntários (foram cerca de 400, o dobro do registrado na partida entre Corinthians e Figueirense, no dia 18 de maio), e o aperto na fiscalização a ambulantes - alguns conseguiram se aproximar do entorno, mas com muito mais dificuldade do que no primeiro teste.
Quando o Itaquerão estiver pronto, será uma arena moderna e apta a receber qualquer jogo. O problema é que isso precisaria acontecer em dez dias e, pelo que foi visto neste domingo, está cristalino que esse prazo é muito curto para reverter o cenário.
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