O vereador Marco Prisco (PSDB) tem tomado banho de sol individualmente e, desde que foi preso, só conversou com advogados, disse ao Bahia Notícias um dos seus defensores, Leonardo Mascarenhas. “Ele está muito triste, muito abalado. Como está em uma cela individual e tomando banho de sol sozinho, ele não fala com ninguém além de advogados desde sexta”, contou. O legislador está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, desde a última sexta-feira (18), e estaria preocupado com a possibilidade de os outros detentos descobrirem que ele é representante da Polícia Militar. Segundo o advogado, o líder da greve da PM na Bahia ainda aguarda um laudo médico – exigido pelo presídio – para receber a medicação para um problema estomacal crônico. Mascarenhas, que acompanha o cliente em Brasília, se reuniu nesta quarta-feira (23) com a Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. Ele e os advogados Vivaldo Amaral e Dinoemerson Tiago, que acompanham o edil, foram convidados para explanar sobre a prisão de Prisco durante uma audiência pública no parlamento, que deve começar a discutir o direito de greve da Polícia Militar. A sessão foi proposta pelo deputado Mendonça Prado (DEM-SE), que questionou durante o encontro desta quarta a necessidade de transferência do tucano para o DF.
“É intrigante essa decisão de trazer um vereador de Salvador para cumprir pena – se é que é para cumprir pena: não é – aqui em Brasília, na Papuda, quando ele poderia ter sido detido em Salvador, onde há uma sede da Polícia Federal”, afirmou Prado, em referência à unidade da PF em Água de Meninos. O advogado Leonardo Mascarenhas endossa a tese do parlamentar e argumenta que outros deputados não só concordam com a soltura, como discordam da prisão. “O próprio Código de Processo Penal, no artigo 295, define que, como vereador, Prisco deveria ser recolhido a um quartel ou prisão especial antes da condenação definitiva. Isso não está sendo respeitado”, reclamou. Marco Prisco, que teve o pedido de habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal, na noite desta quarta (23), foi detido pela PF após a Justiça acatar pedido do Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA). Em abril de 2013, a Procuradoria da República denunciou sete pessoas por diversos crimes, a maioria deles contra a segurança nacional, praticados durante o movimento paredista de 2012. O MPF afirma que o grupo faria parte de uma mobilização que pretendia paralisar as atividade da PM durante os jogos da Copa do Mundo.
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