O vereador de Salvador Marco Prisco (PSDB) negou veementemente ter interesse político-eleitoral com a greve da Polícia Militar da Bahia, deflagrada nesta terça-feira (16), como insinuou o governador Jaques Wagner (PT). Pré-candidato a deputado estadual nas eleições de outubro, o tucano participou de uma reunião nesta quarta (17) na Assembleia Legislativa, palco do último movimento paredista, liderado por ele em 2012. "A questão não é essa. Quantas vezes Wagner fez movimento político-eleitoral e agora está falando isso? Ele deveria ter tomado para si a questão da negociação. Não tenho interesse nenhum em permanecer nessa greve. Pode terminar hoje ainda, se o governador quiser", sugeriu Prisco.
"Nos seis meses de negociação do Grupo de Trabalho, desde junho do ano passado, chegamos a uma proposta final, mas quando o governo apresentou [a Lei de Modernização da PM], no dia 10, só atendeu a 20% da pauta. Foi um retrocesso, principalmente o Código de Ética, ainda referente à Ditadura Militar", completou. Ele criticou a assinatura da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) pela presidente Dilma Rousseff, que assegurou o envio de tropas federais para manter a segurança no estado, e se emocionou ao voltar ao tema "golpe militar". "Isso é uma forma de reprimir o direito do trabalhador. É uma medida típica de 64", comparou, aos prantos, ao lembrar do ano da instalação do regime no país. Segundo o edil soteropolitano, mais cedo, por volta das 13h, uma pauta com 37 itens foi entregue ao governo.
A proposta é composta por tópicos como a reformulação de artigos do Código de Ética da PM, ajustes na regra de Condições Especiais de Trabalho (CET) e no plano de progressão de carreiras, pagamento das gratificações por Atividade Policial – GAPs IV e V – bem como isonomia salarial em relação à Polícia Civil. O documento é apreciado por parlamentares e, conforme o líder da maioria Zé Neto (PT), a bancada governista se comprometeu em intermediar a negociação com o Palácio de Ondina. No entanto, para que a matéria consolidada saia da AL-BA, precisa antes passar pelas mãos do presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT). A expectativa é a de que haja uma reunião às 19h entre os representantes da categoria e do governo do Estado. O encontro ainda não está confirmado.
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