domingo, novembro 27

Temer está rebaixando a posição de presidente. Confundiu o cargo com amizade, diz senador


BRASÍLIA — Político profissional a ponto de dar origem a um verbete, o ex-senador, ex-governador e ex-ministro Antônio Carlos Magalhães ensinava a máxima: nunca nomeie um amigo que não possa demitir. O presidente Michel Temer tem enfrentado crises que sugam a credibilidade de seu mandato justamente por não conseguir sair das garras da “turma” de amigos que o segue há mais de 30 anos no PMDB.
A primeira crise se deu com a queda do ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR), investigado na Operação Lava-Jato e, mesmo assim, alçado à liderança do governo. Foi até a beira do precipício com o presidente cassado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e, agora, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) lhe jogou no colo a maior crise de seu governo ao pressionar um colega de equipe, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, a liberar um empreendimento imobiliário embargado pelo Patrimônio Histórico.

Para líderes aliados e da oposição, falta a Temer um pouco do espírito do ex-presidente Itamar Franco que, após o impeachment de Fernando Collor, ameaçou deixar o cargo se os amigos continuassem lhe impondo constrangimentos. Em situação semelhante a de Geddel, Itamar afastou o então ministro Henrique Hargreav

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