Em uma ação criminosa e obscurantista, cerca de mil mulheres do Movimento dos Sem-Terra (MST) depredaram e destruíram nesta quinta-feira mudas de árvores transgênicas que eram objeto de pesquisa há quinze anos no interior de São Paulo. Elas invadiram e ocuparam um centro de pesquisa da FutureGene, empresa do grupo Suzano Papel e Celulose, em Itapetininga (SP). A Polícia Militar teve de intervir, mas ninguém foi preso, de acordo com o Jornal Nacional, da TV Globo. A Polícia Civil investiga o caso.
O alvo da fúria do MST eram as mudas de uma espécie de eucalipto transgênico, H421. Com lenços encobrindo o rosto, barras de ferro, machados e facões em punho, elas bloquearam e picharam a entrada da empresa. Assim que conseguiram entrar no local, foram direto à estufa onde os cientistas faziam testes com as mudas. Em um ato de selvageria - enaltecido em vídeo publicado pelo grupo, no qual a empresa é chamada de "maldita" - bateram com pedaços de pau nos viveiros, arremessaram as mudas geneticamente modificadas no chão e as pisotearam.
Pela manhã, cerca de 300 pessoas organizadas pela Via Campesina invadiram a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), em Brasília. Na pauta, estava a liberação de três novas variedades de plantas transgênicas no Brasil: os milhos resistentes ao 2,4-D e ao haloxifape, além do eucalipto transgênico. A reunião foi interrompida e a votação passará para a primeira quinzena de abril.
Os desenvolvedores afirmam que o eucalipto modificado terá maior produtividade e será usado para indústria madeireira. A FuturaGene prevê que a plantação destas árvores transgênicas permitirá um aumento de 20% na produtividade do eucalipto, o que colocaria o país na vanguarda da produção 'Males' - O MST justifica os atos como uma denúncia dos supostos "males dos transgênicos" ao meio ambiente e em defesa "da segurança alimentar e de alimentos saudáveis". Eles argumentam, por exemplo, que essa espécie de eucalipto em desenvolvimento aumentaria o gasto de água em até 30 litros por dia para cada muda. "O princípio da precaução é sempre ignorado pela CTNBio. A grande maioria de seus integrantes se coloca a favor dos interesses empresariais das grandes multinacionais, em detrimento das consequências ambientais, sociais e de saúde pública", disse ao site do MST Atiliana Brunetto, integrante da direção nacional do MST. de pasta de papel obtida de sua fibra.
Fonte: Revista Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário