Parar o carro em uma orla sem nenhuma infraestrutura, suja e depredada, custa ao contribuinte R$ 6, em Salvador. “A prefeitura está querendo dinheiro a qualquer custo. Se ainda fosse numa orla bonita, sem essas barracas que parecem favelas e com algo a oferecer, eu pagaria, mas não sou idiota”, disse o bancário aposentado, Armindo Cerqueira, antes de disparar com seu carro.
Ele mal chegou à praia de Jardim de Alah e foi abordado pelo guardador João Dantas. Ao saber do valor da cartela, o aposentando fez caras de poucos amigos e disse que se sentiu “insultado” e foi em busca de outra diversão para o domingo. “O pior é que esta cena se repete cada dia com mais frequência”, conta o guardador João Dantas, do Sindicato dos Guardadores e Lavadores de Veículos do Estado da Bahia (Sindguarda), responsável pela venda das cartelas do Zona Azul.
Segundo o guardador que trabalha há três anos com as cartelas, esses últimos quatro meses, período de vigência do aumento que dobrou a tarifa, foram os mais difíceis em seu trabalho. “As pessoas reclamam muito, algumas não pagam mesmo e eu acho que eles têm razão; é realmente muito caro”, conta. Ele acrescenta que a sua vida fica mais fácil quando os agentes da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) estão por perto, o que tem ocorrido com mais freqüência nos finais de semana.
Edvaldo Souza Borges, proprietário de uma das barracas de coco do Jardim de Alah, conta que a reclamação sobre a cobrança da tarifa é um assunto dos mais repetidos por seus clientes. “O pessoal não reclama da cobrança, reclama do preço e sempre com o mesmo argumento que se trata de uma parte da orla que está esquecida”, ressalta.
Tribuna da Bahia
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