sábado, fevereiro 16
Vinte e dois papas renunciaram ou foram obrigados
A renúncia de um papa não é um fato tão incomum na história antiga da Igreja Católica, segundo um especialista espanhol que documentou que 22 papas renunciaram ou foram obrigados a renunciar antes de Bento XVI.
Em um trabalho, ao qual a Agência Efe teve acesso, o professor de História da Igreja e cônego da catedral de Barcelona (Espanha) Josep María Martí Bonet contabiliza e explica as renúncias papais, entre as que foram livres e as que foram violentas, algumas terminaram inclusive com o assassinato do papa.
O cônego sustenta que "na época antiga, se não considerarmos os muitos papas mártires, encontramos seis possíveis renúncias".
São as de Ponciano (anos 230-235), que morreu no exílio e renunciou pelo bem da Igreja; Eusébio (ano 309); João I (523-526); Silvério (535-537), acusado de alta traição por Belisário; João III (561-574), e Martinho I (649-655), que renunciou para facilitar a eleição de um papa que não fosse problemática e morreu exilado na Crimeia.
Segundo o trabalho histórico inédito, elaborado após a renúncia da anunciada na segunda-feira por Bento XVI, na época medieval foram obrigados a renunciar Constantino II (767); João VIII, ao qual tentaram envenenar; Estevão VI (896-897), que foi linchado e posteriormente estrangulado na prisão; e Leão V (903), que foi assassinado pela família romana dos tusculanos, os mesmos que mataram Cristóvão (o antipapa) no ano de 903.
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