HORA DO ADEUS – Os senadores Pedro Simon e José Sarney: colegas de partido que muitas vezes estiveram em lados opostos da História
Quando o jovem senador Pedro Simon tomou posse no Congresso Nacional, o Brasil ainda era uma ditadura. O político gaúcho se transformaria em uma das principais vozes do processo de transição para a democracia. Naquele ano de 1979, entretanto, já fazia 24 anos que José Sarney chegara à Câmara dos Deputados pela primeira vez. O imperador do Maranhão, que àquela altura era filiado à Arena, seria eleito presidente do Senado quatro vezes.
O índice de renovação do Congresso nas últimas eleições ficou em cerca de 45%, dentro da média histórica. Mas, como é natural, um grupo de parlamentares importantes está deixando o Congresso. Alguns deles chegaram ao fim da carreira política. Outros ainda pensam em voltar, mas precisarão se acertar com as urnas. De alguns, como o gaúcho Pedro Simon, o país sentirá falta. De outros, como o maranhense eleito pelo Amapá José Sarney, nem tanto.
Simon e Sarney são expoentes de uma geração que, apesar de hoje serem colegas de partido, muitas vezes estiveram em lados opostos da História. Enquanto Sarney apoiou o regime militar até que o barco começasse a afundar, Simon esteve no lado contrário. Enquanto Sarney passou por sete partidos, Simon está no PMDB desde a fundação da sigla – até hoje o gaúcho se refere à legenda como MDB. Antes, havia pertencido apenas ao PTB, que foi extinto pela ditadura. Simon enfrentou Sarney também durante o escândalo dos atos secretos, que veio à tona em 2009, e por pouco não abreviou a longeva carreira do maranhense. Sarney presidia o Senado e escapou dos processos de cassação.
Informações Revista Veja
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