Ao subir à tribuna nesta segunda-feira, o deputado Silvio Costa (PTB-PE), um dos mais estridentes e provocativos parlamentares de oposição ao governo Temer, logo foi interrompido. Com pressa para aprovar ainda hoje a proposta que estabelece um limite para os gastos do governo federal, a chamada PEC do teto dos gastos públicos, aliados do presidente da República tentaram evitar a fala de Costa, já antevendo um discurso que pudesse inflamar os ânimos no plenário. Mas o ex-líder do governo Dilma Rousseff surpreendeu: ao contrário de partidos como o PT e o PDT, que já anunciaram a obstrução da votação, ele não apenas defendeu a emenda à Constituição, como encampou pessoalmente a proposta.
“Essa é uma oportunidade que a esquerda está perdendo. Nós precisamos entender que para que as políticas públicas que nós defendemos continuem sendo implementadas, o estado tem de voltar a ser eficiente. Nós deveríamos reconstruir um diálogo com a opinião pública brasileira. Nós deveríamos ser menos sectários, menos corporativistas e pensar nos 204 milhões de brasileiros”, disse Silvio Costa, que acumula a função de vice-líder da minoria. Ele ainda distribuiu notas e abordou pessoalmente parlamentares contrários em busca de mais votos em prol da matéria – o que gerou críticas entre seus aliados. O congressista nega ter tido qualquer conversa com o Planalto. “Não falei com ninguém, eu juro. Vou fazer oposição até o último dia desse governo. Mas não vou negar o que eu defendia ontem. Sou favorável ao ajuste fiscal, não sou irresponsável”, afirmou à reportagem. Veja
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