sexta-feira, maio 23

Rejeição alta e resistente é o problema de Dilma

Se a última pesquisa do Ibope revelou alguma coisa foi que o Brasil da sucessão presidencial de 2014 continua sendo aquilo que Nelson Rodrigues chamava de “elefante geográfico”. Falta-lhe um rajá, isto é, um líder que o monte. A boa notícia para Dilma é que ela conseguiu segurar nas orelhas do bicho. Mas sua estabilidade ainda é frágil. Beneficiada pelo medo que a propaganda de João Santana instilou no pedaço do eleitorado que ainda se deixa assustar pelos “fantasmas do passado”, Dilma subiu de 37% para 40%. Mas seus antagonistas também subiram. Em um mês, Aécio Neves saltou de 14% para 20%. E Eduardo Campos pulou de 6% para 11%. A vantagem da presidente sobre a soma de seus rivais é de escassos quatro pontos.
Para quem sonha em prevalecer no primeiro turno, é pouco. Apesar de toda a esperteza marqueteira da propaganda petista, o Ibope ficou muito parecido com o Datafolha do início de maio. Nessa sondagem, feita antes do comercial do pânico, Dilma tinha 37%, Aécio colecionava os mesmos 20% e Campos amealhava idênticos 11%. Uma evidência de que parte dos eleitores não teme o risco de o Brasil “voltar atrás”. Tem medo de o país não ir para a frente. No momento, o maior problema de Dilma chama-se taxa de rejeição: 33% dos eleitores informaram que não votariam nela de jeito nenhum. É o mesmo percentual que o Ibope havia anotado no mês passado. Quer dizer: para atenuar a aversão que desperta em um terço do eleitorado, Dilma precisa vender sonhos novos, não medo.
Para desassossego do petismo, deu-se coisa diferente com Aécio e Campos. Segundo o Ibope, o índice de rejeição do presidenciável do PSDB caiu em um mês de 25% para 20%. A aversão ao candidato do PSB despencou de 21% para 13%. Aécio e Campos também desfrutaram das janelas abertas no horário nobre da tevê pelas respectivas propagandas partidárias. Aparentemente, uma parte da plateia gostou tanto do que viu que deixou de torcer o nariz para o que não conhecia. Considerando-se que ambos são bem menos manjados do que Dilma, pode-se intuir que têm potencial para crescer mais.
Infosaj

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