sexta-feira, outubro 29

"Kirchner ajudou a construir a América Latina que temos hoje", diz Lula; enterro é nesta 6ª

Presidente Lula cumprimenta a viúva Cristina Kirchner no velório de Néstor Kirchner


Presidentes sul-americanos participaram na noite de quinta-feira das homenagens ao ex-presidente argentino Néstor Kirchner, que faleceu na quarta-feira, aos 60 anos, de um ataque cardíaco.

O corpo de Kirchner será velado até as 10h locais (11h de Brasília) em Buenos Aires. Em comunicado oficial, o governo informou que um cortejo fúnebre percorrerá as avenidas N. Além, Córdoba, 9 de Júlio, Libertador e Salguero até a estação aérea portenha, para em seguida ocorrer o traslado do corpo para a cidade natal do ex-presidente, em Río Gallegos (2.800 km ao sul da capital), onde será sepultado, em uma cerimônia privada, segundo o governo argentino
O governo convocou a população a instalar-se nessas avenidas para dar o último adeus ao ex-presidente."Kirchner era para mim mais do que um presidente, era um companheiro, e comigo ajudou a construir a América do Sul e a América Latina que temos hoje", disse posteriormente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um breve discurso no aeroporto, antes de viajar de volta para o Brasil.
Lula afirmou que o ex-líder argentino ajudou a superar "muitas barreiras" bilaterais. "Descobrimos que Argentina e Brasil não eram adversários, a não ser no futebol. Mas em política e economia andávamos juntos e vimos que tínhamos um papel fundamental na integração" da região, disse Lula no Aeroparque de Buenos Aires, após comparecer ao velório de Kirchner.
O brasileiro ressaltou que o legado "mais importante" de Kirchner foi "recuperar a auto-estima do povo argentino" durante seu mandato, entre 2003 e 2007.
"Vou embora triste porque Kirchner se foi. Mas vou feliz porque o povo argentino dá muito apoio à (presidente) Cristina (Kirchner). A Argentina continuará brilhando em um caminho de recuperação", assinalou Lula.
Lula definiu Kirchner como alguém que, "mais que um presidente", era "um companheiro que ajudou a construir uma América Latina onde não estamos sozinhos".
Néstor Kirchner morreu nesta quarta-feira aos 60 anos, vítima de um infarto. Até sua morte, ele exercia os cargos de secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e de líder do Partido Justicialista.
Além de Lula, estiveram presentes ainda no velório na Casa Rosada, a sede do governo argentino, os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Colômbia, Juan Manuel Santos, do Equador, Rafael Correa, da Bolívia, Evo Morales, do Uruguai, José Mujica, e do Chile, Sebastián Piñera.
Comoção
Desde que a morte de Kirchner foi anunciada, milhares de pessoas começaram a se dirigir até a Casa Rosada, para se despedir do ex-presidente. A fila para dar adeus ao ex-presidente chegou a ocupar mais de sete quadras.
Muitos dos presentes, ao se aproximarem do caixão, se benziam, jogavam beijos ou aplaudiam. Alguns, aos prantos, diziam: "força, força". Outros, com uma mão no peito, erguiam a outra para o alto com o sinal da vitória, gesto característico do ex-presidente. Outros levaram a bandeira do país pendurada nas costas e deixaram o velório gritando: "Olé, olé, olé, Néstor, Néstor".
O corpo foi velado no salão dos patriotas da Casa Rosada. Tradicionalmente, velórios de autoridades ocorrem no Congresso Nacional - esta é a primeira vez que um ex-presidente é velado na sede da presidência argentina.
*Com agências internacionais

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