O exemplo de solidariedade que marcou a vida de Irmã DulcePor conta da sua solidariedade incondicional ao próximo, Irmã Dulce passou a ser conhecida como o Anjo Bom da Bahia. Hoje já não se pode colocar um limite regional a essa denominação, afinal o seu exemplo de vida em defesa dos pobres e doentes acabou ultrapassando as fronteiras brasileiras.
A sua elevação a beata da Igreja Católica, último estágio antes de alcançar a honra dos altares como santa, apenas vai confirmar o que já se aceita na América, Europa, Ásia e tantos outros lugares, onde a sua mensagem de que a prática do bem pode fazer o impossível consola consciências, mas também salva muitas vidas. Seja em Treviglio, Itália, uma cidade que adotou a causa da sua canonização, ou em Fortaleza, Ceará, há gente seduzida por essa religiosa que fez da fé o combustível para uma revolução via o amor ao seu semelhante marcado por qualquer tipo de sofrimento.
A capacidade que Irmã Dulce teve de fazer o bem continua seduzindo gente de culturas diferentes. É este o aspecto da sua trajetória abordado neste especial com base no relato de pessoas de outros estados e países que foram tocadas pela história da religiosa.
A formação desse exército do bem para continuar a sua batalha contra as desigualdades é apenas uma das muitas vitórias da mulher que tinha apenas 1,48 m de altura e pouco fôlego orgânico devido a uma insuficiência respiratória, mas era dona da força dos gigantes.
O corpo franzino era movido por uma vontade de ferro. São vários os relatos de quem testemunhou Irmã Dulce percorrendo, durante o dia, as ruas da cidade em busca de donativos para os seus doentes e crianças abandonadas.
Insultos ou má vontade não eram obstáculos para ela. Humilde ou apelando para o humor, conseguia convencer os mais resistentes. À noite ainda tinha forças para percorrer a enfermaria do Hospital Santo Antônio e conferir se alguém estava precisando de troca de soro ou medicação. O encontro entre fé e ação a levou a construir uma obra que se tornou referência.
Santa Moderna - Este perfil de Irmã Dulce é o dos santos modernos que a Igreja tanto buscou durante o pontificado de João Paulo II, também declarado beato no último dia 1º. Um dos papas mais carismáticos da Igreja, ele dizia que era preciso buscar modelos em locais além da Europa e que falassem mais forte ao coração dos homens e mulheres de agora, ou seja, apostar na diversidade geográfica e nos modos de vivência da fé católica.
Para João Paulo II, Irmã Dulce era uma séria candidata a santa moderna, e os sinais já apareciam em sua trajetória rotineira. Não foi à toa que, nas duas vezes que veio à Bahia, ele fez questão de visitá-la. Assim como João Paulo II, pessoas de várias partes do mundo reconhecem os milagres em defesa da vida que seu exemplo pode produzir.
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