Passada as festas carnavalescas entramos na quaresma, um tempo de preparação para a Páscoa, e se começa uma caminhada quaresmal impondo na testa uma porção de cinzas, querendo significar uma transitoriedade. Este rito quer justamente mostrar que somos passageiros, viemos do pó e para lá retornaremos após a morte. Também quer nos lembrar que a quaresma é tempo de penitência em busca de uma transformação de vida. Por fim, a cruz traçada na fronte simboliza que por ela Cristo venceu a morte e por ela temos vida, ou seja, de onde veio um dia a morte agora vem a vida. Esta espiritualidade, assim constituída, nos leva a partir deste momento a três atitudes fundamentais: a oração, o jejum e a esmola.
Por meio da oração se procura vencer a tentação do poder e reconhecer o senhorio de Deus e a nossa condição de criaturas, que de Deus saímos e a Deus retornamos. O jejum é para vencer a tentação do prazer e buscar um autodomínio, a fim de sermos verdadeiramente livres e senhores de nós mesmos. Enganam-se os que pensam que jejum é deixar de comer e beber. Jejum é uma forma de renúncia voluntária por amor a Deus. A esmola é para vencermos a tentação do ter. Ofertarmos um pouco do que possuímos para que, repartindo o que temos, outros possam viver melhor.
Fonte: Padre diretor da faculdade de teologia da PUCRS
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