terça-feira, julho 10

Dom Eugenio Sales, um cardeal que se impôs e fez História

Ao longo de seus 91 anos de vida, em especial nos 58 anos de episcopado, 30 deles à frente da igreja no Rio de Janeiro, Dom Eugenio Sales, que faleceu na noite de segunda-feira (9), fez História.

Na administração dos católicos, criou igrejas (em torno de 60), incentivou a vocação sacerdotal de jovens – ordenou 215 sacerdotes – sagrou mais de 20 bispos, e ajudou a igreja a fazer crescer seu patrimônio, ainda que às vezes com gosto arquitetônico discutível, como a Catedral metropolitana da Avenida Chile.

Mais do que um administrador, porém, Dom Eugenio era um pastor que matinha controle do seu rebanho. Por isto, era um bispo polêmico. Não foram poucos os sacerdotes que se queixavam dele. Nos anos 70, em pleno regime militar, fazia questão de visitar os presídios junto com o coordenador da pastoral penal, padre Bruno Trombeta. Não havia Páscoa, nem Natal em que o cardeal não passasse em pelo menos uma cadeia pública. Nelas, com a imprensa presente, celebrava para todos os presos e ia às celas dos prisioneiros políticos, muitos dos quais não confessavam a mesma fé ou, simplesmente, eram ateus.



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